Telinha
Conheça a história real que inspirou a trama da novela 'Travessia'
Glória Perez trabalha com a propagação de uma notícia falsa
A novela "Travessia", que estreou na segunda-feira (10) na TV Globo, chegou na telinha com muita expectativa reunindo atores renomados como Rodrigo Lombardi, Giovanna Antonelli, Humberto Martins, Drica Moraes, Alexandre Nero, entre outros. A trama gira em torno de como uma notícia falsa pode mudar a vida de alguém.
O fato já começou a ser contado no primeiro episódio. Brisa, interpretada por Lucy Alves, é confundida com uma sequestradora de bebês no interior do Maranhão por causa de uma montagem feita em um aplicativo de edição. A ficção é inspirada na história de Fabiane Maria de Jesus, mulher que foi espancada até a morte por moradores de Morrinhos, no Guarujá, em São Paulo, no ano de 2014.
A dona de casa, de 33 anos, foi confundida com uma suposta mulher que sequestrava crianças para realização de magia negra. Um retrato falado dessa pessoa foi amplamente divulgado em páginas do Facebook. No dia 3 de maio, Fabiane saiu de casa de bicicleta para buscar uma bíblia. No entanto, não voltou mais para o encontro com seus dois filhos.
A mulher foi espancada, arrastada pelo bairro, amarrada e torturada por moradores do bairro. Ela foi encontrada por policiais militares e socorrida, em estado grave, para o Hospital Santo Amaro, no Guarujá, mas morreu dois dias depois.
A morte mudou a vida das duas filhas de Fabiane. Elas foram criadas pelo pai com a ajuda da avó.
“Só espero, sinceramente, que o final dessa personagem seja diferente da minha mãe, que ela consiga fazer justiça, ela consiga ter um final feliz junto com a família dela, né?”, disse Yasmin, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Condenação
De acordo com investigações da Polícia Civil, o retrato falado da suposta sequestradora era de 2012, dois anos antes do crime que vitimou Fabiane. Cinco acusados de espancarem a dona de casa foram presos e condenados a 30 anos de reclusão e a pagarem uma indenização de R$ 550 mil à família. Outras duas mulheres, que acusaram Fabiane injustamente, foram indiciadas por incitação ao crime.
No entanto, as pessoas responsáveis pela disseminação da informação falsa não foram responsabilizadas. Após a repercussão, um projeto de lei para tipificar a divulgação de notícia falsa no Código Penal foi criado, mas ainda aguarda votação no Congresso.
A família da vítima processou o Facebook e pediu uma indenização de R$ 36 milhões. Contudo, eles perderam nas duas primeiras instâncias e o caso aguarda julgamento no STF. O Facebook alega que vem aperfeiçoando e desenvolvendo tecnologias para remover conteúdos que violem regras da plataforma. A Rede Social ainda informou que colabora com as autoridades de acordo com a lei.
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