Denúncia
Deputada é chamada de macaca ao lançar candidatura em Niterói
Os crimes já foram denunciados no Ministério Público Federal
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) sofreu ataques racistas em suas redes sociais nesta terça-feira (23). Os crimes já foram denunciados no Ministério Público Federal (MPF) e no SaferNet, plataforma com atuação no combate a delitos cibernéticos.
Palavras criminosas e misóginas foram proferidas à parlamentar. "Monkey" (macaco em inglês), "cão" e até o cabelo da deputada estão entre as agressões.
"Preconceito, racismo e misoginia não passarão. Não nos calarão e não nos intimidarão. Somos vítimas constantes de violência até dentro do parlamento. Desde quando ingressei na política, recebi várias ameaças de morte das milícias e de grupos de ódio. Hoje sou protegida por carro blindado e escolta 24 horas", afirma Talíria Petrone, primeira vice-presidente da Bancada Negra do Congresso.
A Câmara dos Deputados, ocupada por mais de 80% de homens, que aprovaram, em sua maioria, a Proposta de Emenda à Constituição 9, que perdoa partidos por não cumprirem cotas para candidaturas de mulheres e negros, segundo a deputada Talíria, já impediu a entrada dela inúmeras vezes "por conta de sua aparência".
"Não há limites para a violência. Mas nossa vontade de representar nossas lutas e dores é maior. Somos apenas 18% no Congresso. Mulheres comandam apenas 12% das prefeituras brasileiras, embora sejamos a maioria do povo. Isso deixa a democracia torta. Precisamos de mais mulheres na política", ressalta a autora da Lei Mães Cientistas.
Outros casos
Na última sexta-feira (19), um casal foi filmado imitando macacos em uma conhecida roda de samba no Rio de Janeiro. Ainda neste mês, a deputada Carla Zambelli (PL/SP) chamou a também deputada Benedita da Silva (PT/RJ) de "Chica da Silva" durante uma live nas redes sociais.
Em junho deste ano, a deputada estadual Renata Souza (PSOL/RJ), que está grávida, recebeu ameaças de morte por e-mail. Em 2018, a vereadora Marielle Franco, foi brutalmente assassinada.
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