Novos tempos

Dia dos Avós: tricotar nada! Nova geração de idosos está diferente

Comportamento está mudando nas famílias

Ruth é avó de seis netos e diz não ter medo de nada
Ruth é avó de seis netos e diz não ter medo de nada |  Foto: Arquivo / Enfoco
 

Se quando você pensa em avós ainda vem na memória aqueles idosos sentados em uma cadeira de balanço tricotando e contando histórias, saiba que você está atrasado. A nova geração de avós é ativa, esbanja disposição e não fica parada. Nesta terça-feira (26) é comemorado o Dia dos Avós, e o ENFOCO conversou com duas delas que provam não ter nada a ver com essa imagem de antigamente. 

A empresária Lúcia Monteiro, de 54 anos, tem uma neta de um ano e deixou claro que gosta de superar seus limites. Ela é apaixonada pela natureza, faz trilhas, travessias, montanhismo e rapel.

Esse pensamento de os avós serem parados, de que a gente para no tempo, de que chega uma certa idade e parece que você não produz e a vida parou, isso é um pensamento ultrapassado. A minha mãe, com 54 anos, era realmente aquela típica pessoa que você olhava e dizia : "é avó". Até em termos de forma física, de pensamentos, de tudo. Mas de um tempo pra cá, isso está mudando Lúcia Monteiro, empresária
 

Desde a juventude, ela gosta de se reinventar e procura se exercitar. “Essa prática de atividades físicas sempre esteve presente, e eu acho que isso ajuda a gente a chegar nessa idade com disposição, fazendo o que a gente faz", conta. "E eu adoro essa parte de trilha, de montanhismo, de estar no meio do mato, em contato com a natureza, é muito bom. renova as nossas energias. E faz com que a gente supere os nossos limites também", continua.

Lúcia conta que é a única de sua família que se interessa em praticar exercícios físicos. "Eu sou praticamente a única que gosto disso tudo. Eu tenho uma filha só, ela não é muito chegada à atividade física, tentei inserir ela em várias atividades, mas ela sempre fugiu disso tudo. Acho que na família, a única que foi mesmo pra esse lado fui eu.”

  • Lúcia Monteiro gosta de se superar, se aventurando pela natureza
    Lúcia Monteiro gosta de se superar, se aventurando pela natureza
  • Lúcia Monteiro gosta de se superar, se aventurando pela natureza
    Lúcia Monteiro gosta de se superar, se aventurando pela natureza
  • Lúcia Monteiro gosta de se superar, se aventurando pela natureza
    Lúcia Monteiro gosta de se superar, se aventurando pela natureza
  

E a esperança desta avó aventureira é a sua neta, que desde pequena já está sendo apresentada a este mundo desafiador e radical.

"A minha neta vai fazer dois anos ainda, mas quando estou com ela eu gosto de levar ela até a beira da lagoa. Ela é muito pequenininha ainda, mas já estou torcendo pra ela ser diferente da minha filha e mais parecida comigo, porque eu estou doida para levá-la a uma trilha. A gente brinca, joga bola, passeia na beira da lagoa, faz uma caminhada de leve e tem interação com os animais".

Lúcia também enfrenta uma nova fase profissionalmente e dá uma lição de que a idade não deve impedir de encarar as mudanças.

“A gente não tem idade para recomeçar, tanto fisicamente, quanto profissionalmente, emocionalmente... A gente agora tem uma outra visão, uma outra cultura, e as coisas vão evoluindo. Tudo vai evoluindo. Os pensamentos realmente evoluíram, e a gente tem que se adequar a esses pensamentos, a essa evolução. E esse é o meu lema: eu quero me adequar”.

De viagens à cambalhota na piscina

A aposentada Ruth Borges, de 81 anos, avó de seis netos, gosta de viajar, se exercitar e diz não ter medo de nada. Em sua festa de 70 anos, Ruth relembra que virou cambalhota na piscina. "Eu sou muito corajosa, eu não tenho medo, não. Eu gosto de me divertir", diz ela.

A idosa mantém uma rotina de exercícios desde os 40 anos. "Eu faço academia e gosto de fazer exercício porque é muito bom para a saúde".

 Ela destaca que gosta muito de passear e conta que há dois anos foi para os Estados Unidos sozinha. "Gosto muito de passear, de viajar. Foi uma viagem maravilhosa".

Ruth relembra sua relação especial com sua neta mais velha, Larissa Coutinho, de 30 anos, que atualmente mora na Flórida. Apesar da distância, as duas costumam se falar todos os dias.

Comportamentos

Para a psicóloga Rafaela Fernandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa mudança de comportamento em comparação aos avós de antigamente tem a ver com a evolução tecnológica, que influencia a questão cognitiva.

"As pessoas de maneira geral vão mudando suas regras, sua conduta de acordo com a evolução. A evolução dos meios tecnológicos, consequentemente, influencia na questão cognitiva. O meio tecnológico influencia a forma como as pessoas se relacionam umas com as outras, e elas com elas mesmas. É nítido o quanto essas vivências externas influenciam em vivências internas."

Rafaela explica ainda que os avós mudam seu comportamento para acompanhar os netos. 

"Antigamente, ensinavam a tricotar, hoje em dia você precisa aprender a entrar na internet para interagir com seu neto ou sua neta. Então, se esse avô não mudar seu comportamento, ele não se encaixa. Por conta desta necessidade, esses novos avós estão acompanhando esta nova geração de netos", afirma.

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