Sem dinheiro
'Doutores da Alegria' em crise financeira: menos ações em hospitais
Grupo leva entretenimento a pacientes internados
Um trabalho que já conta com mais de trinta anos de existência, levando cultura, entretenimento e, principalmente colaborando com a rotina cada vez mais humanizada dentro dos hospitais públicos, está sofrendo com a queda no volume de doações para Doutores da Alegria.
A organização da sociedade civil que introduziu a arte do palhaço no ambiente hospitalar teve cerca de 40% das ações realizadas junto aos hospitais parceiros impactadas por conta da redução da captação no primeiro semestre do ano, o que afetou, consideravelmente, a realização dos projetos que estavam previstos para o período de agosto a dezembro.
O Programa de Palhaços em Hospitais, coração da organização, já realizou mais de dois milhões e quinhentas mil intervenções junto a crianças hospitalizadas, seus acompanhantes e profissionais de saúde.
No Rio de Janeiro, Doutores ainda conta com o projeto Plateias Hospitalares, que desenvolve a curadoria de uma programação artística permanente e gratuita, que inclui teatro, música, dança, circo e poesia em 6 hospitais do Estado e do município, ampliando as relações entre arte e saúde.
Em Niterói, além do Plateias, Doutores atua no Hospital Getúlio Vargas Filho com os “Besteirologistas”, atores selecionados via edital, que acompanham a rotina hospitalar das crianças inspirando um atendimento humanizado realizado em parceria com toda a comunidade hospitalar
O trabalho é gratuito para os hospitais e mantido por recursos financeiros obtidos através de patrocínio, doações de empresas e pessoas e por meio de atividades que geram recursos, como palestras e parcerias com empresas.
O plano anual de 2024 previa a captação de 12 milhões de reais, e até o momento a instituição conseguiu captar R$4 milhões, um terço do valor estimado. Até o final do ano, são necessários outros 4 milhões para manter a organização funcionando, considerando os cortes de atividades já realizados.
“O ano de 2024 tem sido bastante difícil, talvez a maior crise financeira que passa dos nossos 33 anos de existência. Doutores da Alegria vive de doações de pessoas e de empresas, integralmente, e uma das principais fontes de receita é a lei de incentivo à cultura. Estamos tentando, como no início da nossa trajetória, engajar a sociedade, que comprou a ideia de Doutores e esse trabalho estimulou um sem número de outros grupos que hoje atuam dentro dos hospitais”, diz Luis Vieira da Rocha, diretor presidente da organização.
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