Inclusão

Empresa lança boneca Barbie com Síndrome de Down

Apae de Niterói acredita que medida traz representatividade

A boneca possui uma fisonomia com as características da síndrome
A boneca possui uma fisonomia com as características da síndrome |  Foto: Divulgação/ Mattel
 

A inclusão venceu! A empresa Mattel lançou a primeira boneca Barbie com Síndrome de Down nesta terça-feira (25). A fabricante publicou um vídeo nas redes sociais anunciando a novidade. A Associação de Pais e Amigos do Excepcional (Apae) de Niterói vê com bons olhos esta conquista. 

A Mattel explicou que a intenção da criação dessa Barbie é permitir que mais crianças tenham a chance de se verem na boneca mais famosa do mundo e assim refletir melhor sobre o que veem ao seu redor e promover um senso de inclusão para crianças em todos os lugares. 

A representação de pessoas reais em brinquedos é importante para inclusão social
  

"Isso significa muito! Traz visibilidade, inclusão e representatividade das mulheres reais nos modelos de Barbie. Acredito na educação e na mobilização social. Na minha opinião, esse movimento vai ser responsável por transformações mais profundas e não aquelas que ficam limitadas à legislação. Precisamos de sensibilidade humana e políticas públicas efetivas e inclusivas", pontuou Clara Tavares, que é assistente social da Apae. 

A empresa trabalhou em parceria com a National Down Syndrome Society (Sociedade Nacional de Síndrome de Down) nos Estados Unidos, também para que a boneca tivesse todas as características físicas de uma menina com Síndrome de Down. Com isso, a Barbie possui olhos mais arredondados, orelhas menores e a ponta do nariz achatada. 

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Além disso, a identidade visual da nova Barbie também trouxe referências em sua roupa e acessórios. O vestido possui tons de amarelo e azul, que são as cores da campanha de conscientização da Síndrome de Down. Outro detalhe está no colar que representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome.

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A assistente social da Apae Niterói acrescentou ainda que é fundamental com que o conceito seja amplamente discutido nos mais diversos ambientes e contextos para que assim mais iniciativas sejam criadas. A especialista também pontuou que ainda faltam pontos a serem discutidos para uma inclusão de fato na sociedade, pois apenas 10% das crianças com Síndrome de Down são alfabetizadas. 

"São muitos desafios, a primeira é a inclusão na escola, na educação. E também são raros os casos de pessoas com a síndrome que conseguem ingressar no mercado de trabalho", disse a profissional. 

A psicóloga e professora do Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), Ninfa Parreiras, também considera que a boneca com Síndrome de Down representa a diversidade.

"As crianças podem perceber traços e características que há nas pessoas materializados na boneca. Essa inclusão, a longo prazo, vai impactar a vida de pessoas com Down, porque elas podem se identificar com a boneca. Quanto mais bonecas/os que mostrem a diversidade, mais possibilidades brincantes e associativas. As crianças precisam brincar e construir a imagem de um mundo que é múltiplo, com pessoas diversas, diferentes. Importante que essas bonecas sejam oferecidas a todas as crianças e não somente a um determinado grupo para não provocar exclusão", argumentou a profissional. 

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