Desespero

Estudante dá entrada em hospital com asma e tem braço amputado

Ela foi diagnosticada com a síndrome antifosfolípide

Bárbara Maia estava se preparando para iniciar o internato
Bárbara Maia estava se preparando para iniciar o internato |  Foto: Reprodução
 

A estudante de medicina Bárbara Maia, de 27 anos, viveu uma experiência angustiante após ser hospitalizada para tratar uma crise de asma. Internada, ela acabou acordando 36 dias depois com seu braço direito amputado e o diagnóstico de uma doença autoimune rara que afetou seu pulmão, braço e cabeça.

Bárbara Maia estava se preparando para iniciar o internato, uma etapa importante do curso de medicina, quando descobriu que sofria de síndrome antifosfolípide (SAF), também conhecida como síndrome do 'sangue grosso'. O caso aocnteceu no dia 7 de maio, em Belo Horizonte. 

A jovem explicou que já havia sido diagnosticada com asma anos antes. Em vídeo gravado e publicado nas redes sociais, ela conta que procurou tratamento hospitalar após uma crise de falta de ar. 

"Lá eu tomei uma medicação [para asma] e os sintomas pararam. Fui para casa, mas logo voltei a sentir muita falta de ar, não consegui nem ir para a aula, e decidi voltar para o pronto-socorro", disse.

@barbaramaia68 Oi gente, meu nome é barbara, tenho 27 anos e sou estudante de medicina do 8 período em Belo Horizonte e necessito de uma protese que atenda a munha futura profissão ♥️. Para mais informações acesse @barbramaia no instagram #saude #medicina #protese ♬ som original - Bárbara Maia

Sua condição piorou rapidamente, levando a uma série de complicações médicas, incluindo dois AVCs, uma traqueostomia e a amputação de seu braço direito.

Entenda

A SAF é uma doença autoimune rara, mais comum em mulheres, que pode ser difícil de diagnosticar. O diagnóstico geralmente ocorre após complicações graves, como no caso de Bárbara. A síndrome é caracterizada por tromboses inexplicáveis, que podem afetar vários órgãos e sistemas do corpo.

A hematologista Helena Visnadi, do Hospital São Luiz Anália Franco, disse ao 'UOL' que o diagnóstico da SAF normalmente não ocorre após o primeiro episódio de trombose e, geralmente, só é considerado após a segunda ocorrência, desde que não seja desencadeado por cirurgias ou outros fatores.

"Tem paciente que chega com histórico de abortos de repetição, a gente vai investigar e acha essa síndrome. Mas também existem essas tromboses simultâneas, como a dela, que a gente pode classificar como SAF catastrófica. E é importante que o episódio não seja ‘provocado’, que não aconteça depois de uma cirurgia ou de uma imobilização, como uma perna engessada. A questão é quando vem a trombose do nada ", ressalta.

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