Caso Isabele
Faculdade expulsa jovem acusada de matar a melhor amiga
A instituição agiu após tomar ciência do caso
A estudante acusada de atirar e matar a amiga Isabele Ramos Guimarães, em 2020, foi expulsa do curso de Medicina na Faculdade São Leopoldo Mandic, situada em Campinas, no interior de São Paulo. A informação foi confirmada pelo O GLOBO na última sexta (16).
A decisão de expulsão veio após uma série de protestos liderados por pais e alunos da instituição. O desconforto surgiu quando a identidade da estudante veio à tona entre os colegas, resultando em sua rejeição por parte da classe. As informações foram divulgadas pela coluna True Crime do jornal O Globo.
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Após receber uma denúncia, a faculdade instaurou uma sindicância em relação à jovem, que hoje tem 18 anos. Em comunicado, a instituição afirmou que a presença dela causou ''instabilidade no ambiente acadêmico'', optando por seu desligamento.
A estudante ainda tem a opção de recorrer da decisão. No último sábado (17), a mãe da estudante afirmou que a filha está sofrendo ''linchamento moral''.
A faculdade se comprometeu a reembolsar os valores das mensalidades, que chegam a cerca de R$ 13 mil para o curso de Medicina.
Relembre o crime
O caso ocorreu em 12 de junho de 2020, quando a jovem convidou Isabele para sua casa, onde supostamente fariam uma torta. Ambas tinham 14 anos e eram vizinhas em Cuiabá, no residencial Alphaville I.
Na mesma tarde, o namorado da estudante, então com 16 anos, chegou à casa com uma pistola Tanfoglio italiana, calibre 38, sem munição. A família da jovem praticava tiros, inclusive ela mesma já havia ganhado várias competições, ainda adolescente.
Segundo relatos do processo, a pistola foi levada porque o pai da estudante, um empresário bem-sucedido, estava considerando comprá-la. Havia outra arma na casa, uma pistola Imbel prateada, também sem balas.
O empresário instruiu a filha a levar as duas armas para o segundo pavimento, onde deveriam ser guardadas em um armário. No entanto, o namorado teria carregado a pistola Imbel antes disso.
De acordo com os autos, quando a estudante subiu com a arma, encontrou Isabele fumando um cigarro eletrônico escondido. Assustada com a presença da amiga na porta do banheiro, acabou disparando a arma acidentalmente. As provas reunidas, no entanto, confrontam a versão contada pela acusada.
A estudante foi inicialmente condenada a três anos de medidas socioeducativas por um ato infracional análogo a homicídio doloso. Passou aproximadamente 18 meses em uma unidade para menores infratores.
Contudo, em junho de 2022, após recurso dos pais da jovem, a tipificação foi alterada para homicídio culposo, permitindo sua libertação.
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