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    Farmácia paga R$ 40 mil após frase homofóbica a cliente

    Publicitário venceu caso na Justiça

    Publicado 12/05/2022 às 20:13 | Autor: Enfoco
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    Publicitário começou a receber mensagens com a grafia do nome errado.
    Publicitário começou a receber mensagens com a grafia do nome errado. |  Foto: Arquivo Pessoal

    Uma rede de farmácia, acusada de homofobia por chamar um publicitário de "Gaylileu" no ano passado, pagou R$ 40 mil de indenização por danos morais após fazer um acordo com a vítima. Por causa desse acerto, a Justiça arquivou o caso. Metade desse dinheiro foi destinado para uma ONG que abriga jovens LGBTQIAP+ em São Paulo.

    O publicitário Galileu Araújo Nogueira, de 33 anos, começou a receber notificações da farmácia com cupons de medicamentos com o nome escrito de "Gaylileu", ao lado do remédio que usava. Contudo, o nome do homem era grafado de forma correta antes do fato começar a acontecer. Os recados começaram a ser enviados em 2021.

    Em 2022, Galileu divulgou o caso nas suas redes sociais. Ele postou os prints de cupons e das mensagens que recebia da farmácia. Com o resultado da indenização, o homem, que é homossexual, comemorou em sua conta do Instagram. O publicitário contou que irá dar bolsas de estudos para jovens LGBTQIAP+ que gostariam de estudar comunicação. A outra metade será doada para a ONG Casa 1, que abriga pessoas de 18 a 25 anos que foram expulsas de casa pelos familiares que não respeitam as suas opções sexuais.

    "Para termos marcas mais humanas, precisamos de um mercado mais diverso e por isso estou emocionado em poder transformar o dinheiro vindo da homofobia em oportunidade para pessoas LGBTQIAP+", diz a postagem.

    Com a concretização do acordo, o processo de Galileu contra a farmácia foi encerrado. A empresa já havia sido condenada a pagar R$ 4 mil ao publicitário, mas ainda não tinha realizado o pagamento. Depois desse novo acordo, os fatos foram resolvidos.

    "O resultado da ação, pra mim, é um excelente marco na luta contra homofobia no Brasil. E acredito que ela pode inspirar outras pessoas da comunidade LGBTQIAP+ a não se calarem mais. A possibilidade de reverter a indenização, vindo de um ato de homofobia, e virando uma possibilidade de educação para comunidade é o que mais me deixa feliz no resultado desse processo", disse Galileu.

    Resposta

    Ao g1, a farmácia informou que respeita a comunidade LGBTQIAP+ e luta pela inclusão da classe em seu quadro de funcionários.

    "Ficamos satisfeitos com o desfecho, pois sabemos que isso poderá contribuir com a promoção contínua da diversidade, e porque estamos aprendendo juntos como construir uma sociedade mais inclusiva", diz uma parte da nota. 

    Os funcionários estão sendo treinados para que o fato não ocorra novamente. 

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