Polêmica
Fim do 6x1: Redução da jornada de trabalho em debate no Congresso; entenda
Mais de 100 deputados federais já assinaram a proposta
Um projeto para acabar com a escala de trabalho 6x1 está sendo debatido no Congresso Nacional. A iniciativa é liderada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com o objetivo de reduzir a jornada semanal de trabalho no Brasil de 44 para 36 horas.
A proposta ganhou visibilidade por meio de campanhas nas redes sociais e um abaixo-assinado com mais de 2 milhões de adesões.
A PEC, segundo Hilton, busca não apenas alterar a carga horária semanal, mas também transformar o modelo de trabalho para uma escala 4x3 — quatro dias de trabalho e três de descanso. A parlamentar argumenta que a mudança proporcionaria mais qualidade de vida aos trabalhadores sem redução salarial.
Isso tira do trabalhador o direito de passar tempo com sua família, de cuidar de si, de se divertir, de procurar outro emprego ou até mesmo se qualificar para um emprego melhor. A escala 6x1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador.
"O momento é de garantir direitos universais a todos os trabalhadores brasileiros, eliminando a escala 6x1 e instituindo uma jornada digna", afirma o texto da PEC.
FIM DA ESCALA 6X1: A PEC ESTÁ AVANÇANDO
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) November 9, 2024
A luta pelo fim da escala de trabalho 6x1 TOMOU as redes sociais.
Como autora no Congresso, em parceria com o querido @RickAzzevedo, da PEC que acaba com a escala 6x1, venho aqui dizer que isso ESTÁ DANDO CERTO, e que não pode parar 👇🏽…
Polêmica
A proposta tem gerado polêmica. Parlamentares conservadores, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e José Medeiros (PL-MT), além de entidades empresariais, criticam a PEC. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) declarou que a redução da jornada, sem diminuição proporcional dos salários, traria aumento nos custos operacionais das empresas e poderia desencadear desemprego em larga escala.
"O impacto econômico dessa mudança poderá levar empresas a reduzir quadros de funcionários ou fechar estabelecimentos em dias específicos, prejudicando o setor produtivo", alertou a CNC em nota oficial.
Já o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugeriu que a questão seja tratada em acordos coletivos de trabalho. Ele destacou que a redução para 40 horas semanais seria "saudável", mas criticou a imposição de uma mudança direta por meio de emenda constitucional.
O vice-presidente Geraldo Alckmin considerou a discussão importante, mas ressaltou que é um tema a ser decidido pelo Congresso e pela sociedade. "Com o avanço da tecnologia, jornadas menores são uma tendência global, mas cabe ao Parlamento avaliar as consequências dessa mudança", disse.
Apoio de celebridades
O movimento "Pela Vida Além do Trabalho", liderado por Rick Azevedo, vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro e ex-balconista de farmácia, foi o catalisador do debate. Azevedo ganhou notoriedade após publicar um vídeo no TikTok criticando a escala 6x1, que ele classificou como "uma escravidão moderna".
Nas redes sociais, o movimento recebeu apoio de figuras como a atriz Luana Piovani, que destacou a importância de "consciência de classe" e "empatia" para mudar o cenário trabalhista.
Não é possível que as pessoas não tenham consciência de classe, não tenham generosidade, empatia, sororidade, dororidade, compaixão.
Por outro lado, o influenciador Léo Picon chamou a proposta de "populista", sugerindo que outros fatores, como o trânsito e a educação pública, impactam mais a qualidade de vida dos trabalhadores.
Proposta no Congresso
Para começar a tramitar, a PEC precisa de 171 assinaturas de deputados. Até agora, 134 parlamentares aderiram à proposta. Entre os apoiadores estão deputados do PSOL, PT e outros partidos de esquerda. A deputada Erika Hilton segue mobilizando esforços para alcançar o número necessário de assinaturas.
A PEC, caso aprovada, terá impacto direto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que atualmente permite jornadas de até 44 horas semanais. Se promulgada, a nova regra alterará a dinâmica de escalas, especialmente no comércio e na indústria, onde a escala 6x1 é predominante.
Confira a lista completa dos deputados que já assinaram a proposta
1- Erika Hilton (PSOL/SP)
2- Célia Xakriabá (PSOL/MG)
3- Chico Alencar (PSOL/RJ)
4- Fernanda Melchionna (PSOL/RS)
5- Glauber Braga (PSOL/RJ)
6- Guilherme Boulos (PSOL/SP)
7- Ivan Valente (PSOL/SP)
8- Luiza Erundina (PSOL/SP)
9- Pastor Henrique Vieira (PSOL/RJ)
10- Professora Luciene Cavalcante (PSOL/SP)
11- Sâmia Bomfim (PSOL/SP)
12- Talíria Petrone (PSOL/RJ)
13- Tarcísio Motta (PSOL/RJ)
14- Túlio Gadêlha (REDE/PE)
15- Airton Faleiro (PT/PA)
16- Alencar Santana (PT/SP)
17- Alexandre Lindenmeyer (PT/RS)
18- Alfredinho (PT/SP)
19- Ana Paula Lima (PT/SC)
20- Ana Pimentel (PT/MG)
21- Benedita da Silva (PT/RJ)
22- Bohn Gass (PT/RS)
23- Camila Jara (PT/MS)
24- Carlos Veras (PT/PE)
25- Carlos Zarattini (PT/SP)
26- Carol Dartora (PT/PR)
27- Dandara (PT/MG)
28- Delegada Adriana Accorsi (PT/GO)
29- Denise Pessôa (PT/RS)
30- Dilvanda Faro (PT/PA)
31- Dimas Gadelha (PT/RJ)
32- Dr. Francisco (PT/PI)
33- Elisangela Araujo (PT/BA)
34- Erika Kokay (PT/DF)
35- Fernando Mineiro (PT/RN)
36- Florentino Neto (PT/PI)
37- Gleisi Hoffmann (PT/PR)
38- Helder Salomão (PT/ES)
39- Ivoneide Caetano (PT/BA)
40- Jack Rocha (PT/ES)
41- Jilmar Tatto (PT/SP)
42- João Daniel (PT/SE)
43- Jorge Solla (PT/BA)
44- José Airton Félix Cirilo (PT/CE)
45- José Guimarães (PT/CE)
46- Joseildo Ramos (PT/BA)
47- Juliana Cardoso (PT/SP)
48- Kiko Celeguim (PT/SP)
49- Leonardo Monteiro (PT/MG)
50- Lindbergh Farias (PT/RJ)
51- Luiz Couto (PT/PB)
52- Luizianne Lins (PT/CE)
53- Marcon (PT/RS)
54- Maria do Rosário (PT/RS)
55- Merlong Solano (PT/PI)
56- Miguel Ângelo (PT/MG)
57- Natália Bonavides (PT/RN)
58- Nilto Tatto (PT/SP)
59- Odair Cunha (PT/MG)
60- Padre João (PT/MG)
61- Patrus Ananias (PT/MG)
62- Paulão (PT/AL)
63- Paulo Guedes (PT/MG)
64- Pedro Uczai (PT/SC)
65- Reginaldo Lopes (PT/MG)
66- Reginete Bispo (PT/RS)
67- Reimont (PT/RJ)
68- Rogério Correia (PT/MG)
69- Rubens Otoni (PT/GO)
70- Rubens Pereira Júnior (PT/MA)
71- Rui Falcão (PT/SP)
72- Tadeu Veneri (PT/PR)
73- Valmir Assunção (PT/BA)
74- Vander Loubet (PT/MS)
75- Vicentinho (PT/SP)
76- Waldenor Pereira (PT/BA)
77- Washington Quaquá (PT/RJ)
78- Welter (PT/PR)
79-Josias Gomes (PT/BA)
80- Flávio Nogueira (PT/PI)
81- Alice Portugal (PCdoB/BA)
82- Daiana Santos (PCdoB/RS)
83- Daniel Almeida (PCdoB/BA)
84- Jandira Feghali (PCdoB/RJ)
85- Márcio Jerry (PCdoB/MA)
86- Orlando Silva (PCdoB/SP)
87- Renildo Calheiros (PCdoB/PE)
88- Dorinaldo Malafaia (PDT/AP)
89- Duda Salabert (PDT/MG)
90- Idilvan Alencar (PDT/CE)
91- Josenildo (PDT/AP)
92- Max Lemos (PDT/RJ)
93- Professora Goreth (PDT/AP)
94- Marcos Tavares (PDT/RJ)
95- Duarte Jr. (PSB/MA)
96- Lídice da Mata (PSB/BA)
97- Pedro Campos (PSB/PE)
98- Bacelar (PV/BA)
99- Clodoaldo Magalhães (PV/PE)
100- Prof. Reginaldo Veras (PV/DF)
101- Aureo Ribeiro (SOLIDARIEDADE/RJ)
102- Maria Arraes (SOLIDARIEDADE/PE)
103- Ruy Carneiro (PODE/PB)
104- André Janones (AVANTE/MG)
105- Bruno Farias (AVANTE/MG)
106- Pastor Sargento Isidório (AVANTE/BA)
107- Elcione Barbalho (MDB/PA)
108- Emanuel Pinheiro Neto (MDB/MT)
109- Rafael Brito (MDB/AL)
110- Keniston Braga (MDB/PA)
111- Célio Studart (PSD/CE)
112- Delegada Katarina (PSD/SE)
113- Domingos Neto (PSD/CE)
114- Laura Carneiro (PSD/RJ)
115- Stefano Aguiar (PSD/MG)
116- Dagoberto Nogueira (PSDB/MS)
117- Geraldo Resende (PSDB/MS)
118- Daniela do Waguinho (UNIÃO/RJ)
119- Douglas Viegas (UNIÃO/SP)
120- Meire Serafim (UNIÃO/AC)
121- Moses Rodrigues (UNIÃO/CE)
122- Pedro Lucas Fernandes (UNIÃO/MA)
123- Saullo Vianna (UNIÃO/AM)
124- Yandra Moura (UNIÃO/SE)
125- Carlos Henrique Gaguim (UNIÃO/TO)
126- Daniel Barbosa (PP/AL)
127- Marx Beltrão (PP/AL)
128- Socorro Neri (PP/AC)
129- Thiago de Joaldo (PP/SE)
130- Antônia Lúcia (REPUBLICANOS/AC)
131- Ricardo Ayres (REPUBLICANOS/TO)
132- Fernando Rodolfo (PL/PE)
133- Zeca Dirceu (PT/PR)
134- Tabata Amaral (PSB/SP)
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