Godzilla: nuvem de poeira coloca países das Américas em alerta

Depois do anúncio de que uma 'nuvem' de gafanhotos se aproximava do Sul do Brasil, agora especialistas temem a chegada de um outro fenômeno. Uma grande massa de ar seco, oriunda do deserto do Saara, na África, já encobre a visão de satélites no oceano Atlântico e pode chegar à América do Sul.

De acordo com especialistas, o fenômeno acontece anualmente sempre no fim da primavera, no verão e no início do outono no hemisfério norte. A massa de ar seco geralmente se desloca em direção ao oeste sobre o oceano Atlântico a cada três ou cinco dias. Neste ano, entretanto, a nuvem se intensificou e por isso foi apelidada de 'Godzilla', o fictício monstro japonês de proporções colossais.

A previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) é de que a poeira continue se movendo rumo ao oeste pelo mar do Caribe. Segundo a agência, o fenômeno pode alcançar áreas do norte das Américas do Sul e Central, e da Costa do Golfo dos Estados Unidos nos próximos dias.

Ainda não há indícios científicos de que a poeira chegará ao Brasil. Entretanto, países americanos como Cuba, Venezuela e partes dos Estados Unidos (como Miami e Flórida) já começaram a sentir os impactos. Observada por satélites, a camada se apresenta, geralmente, com três a cinco quilômetros de espessura, além de se encontrar a uma altura de um a dois quilômetros na atmosfera.

Praga de gafanhotos

Nesta semana a aproximação de uma nuvem de gafanhotos da região Sul do Brasil gerou preocupação de autoridades, produtores e da população. Mas a previsão de baixa temperatura na região pode ser um obstáculo importante e pode dificultar a entrada desse grupo de insetos no território nacional. Nesta quinta-feira (25), o Ministério da Agricultura declarou emergência fitossanitária em razão do fenômeno.

A nuvem saiu de uma região entre a Bolívia e o Paraguai. A população de gafanhotos teria crescido muito em razão das altas temperaturas e da seca. Já a migração teria sido motivada pela busca por alimentos em outros locais, chegando nesta semana à Argentina, no norte da província de Santa Fé e na província de Corrientes, que fazem divisa com o oeste do Rio Grande do Sul.

Com informações da Agência Brasil.

Publicada às 15h30