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    Crise humanitária

    Mais uma criança yanomami morre em Roraima

    Ela foi vítima de desnutrição grave e desidratação

    Publicado 05/02/2023 às 16:04 | Atualizado em 06/02/2023 às 8:31 | Autor: Enfoco
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    A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros
    A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros |  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Uma criança de apenas um ano e cinco meses de idade morreu neste domingo (5), na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, vítima de desnutrição grave e desidratação.

    A informação foi repassada por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'Kuana (Codisi-YY), uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo Oeste do estado e próximo à fronteira com a Venezuela.  

    De acordo com o relato, a criança estava em estado grave desde este sábado (4) e as equipes de saúde pediram sua remoção imediata para Boa Vista, mas o mau tempo impediu a decolagem.

    Ela era da região Haxiu, que fica a cerca de 15 minutos de helicóptero do polo base de Surucucu, onde há um aeródromo e um pelotão de fronteira do Exército Brasileiro. 

    Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras, os indígenas yanomami têm sofrido com casos de desnutrição e doenças como malária e pneumonia. Nos últimos quatro anos, foram reportadas a morte de 570 crianças no território. 

    Base Aérea

    Em visita a Roraima, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que a base aérea no Surucucu vai ser reestruturada para que possa receber aviões de maior porte.

    A medida vai possibilitar levar ainda a infraestrutura para montar um hospital de campanha na região. Ela não estipulou prazo para a efetivação dessas medidas.

    A pista de Surucucu não opera por instrumentos e só permite voo visual, o que limita o acesso em horário noturno ou com mau tempo.   

    Remoção de pacientes

    De acordo com o Centro de Operações Emergenciais (COE), colegiado interministerial criado pelo governo federal, em janeiro, foram removidos 223 pacientes da terra indígena para a capital do estado.

    No balanço mais recente, o COE informou também que a Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, abriga, no momento, 601 yanomami, entre pacientes e seus acompanhantes. Além disso, há 50 indígenas internados, no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), ambos na capital.

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