Depoimento
Mauro Cid nega conhecimento em plano para assassinar Lula
Além do presidente, Moraes e Alckmin também eram alvos
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, negou, nesta terça-feira (19), em depoimento na sede da Polícia Federal, conhecer qualquer plano golpista que envolvesse o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O depoimento, que durou cerca de três horas, integra o acordo de colaboração premiada firmado por Cid em setembro do ano passado, homologado pelo próprio Alexandre de Moraes. Durante o interrogatório, ele foi questionado sobre omissões em suas declarações anteriores, que estão sob reanálise.
Na manhã da mesma terça-feira, uma operação da Polícia Federal prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de participarem do suposto plano golpista.
Segundo as investigações, mensagens trocadas com Mauro Cid detalhavam ações do grupo, incluindo o monitoramento da localização de Moraes. A PF conseguiu recuperar mensagens apagadas de dispositivos eletrônicos de Cid, o que ampliou as evidências contra os envolvidos.
No depoimento, Mauro Cid reconheceu ter apagado mensagens e arquivos, mas justificou que, à época, não considerava a prática ilegal. "Até então, jamais imaginei estar cometendo alguma ilegalidade em apagar mensagens", afirmou.
A defesa do coronel emitiu nota reiterando sua disposição em colaborar com a Justiça.
"Mauro Cid sempre esteve à disposição, respondendo a tudo que lhe foi perguntado. Se ainda há algo a ser esclarecido, ele o fará com toda presteza", diz o comunicado.
O acordo de colaboração premiada exige que o delator revele integralmente o que sabe sobre os fatos investigados. Caso sejam identificadas inconsistências ou omissões, como apontado pelos investigadores, os benefícios concedidos podem ser anulados.
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