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Morte de voluntário da CoronaVac teria sido suicídio

A coletiva de imprensa aconteceu na manhã desta terça-feira (10). Foto: Reprodução Vídeo

A interrupção dos estudos clínicos da vacina CoronaVac, após a morte de um voluntário até então classificado como "evento adverso grave", foi confirmada como suicídio, segundo anunciou o Portal UOL. O laudo teria sido divulgado na tarde desta terça-feira (10), pelo Instituto Médico Legal (IML), de São Paulo.

De acordo com Antônio Barras Torres, diretor-presidente da Anvisa, até o início da coletiva de imprensa que aconteceu na tarde desta terça-feira (10), o Instituto não havia oficialmente recebido confirmação sobre morte de voluntário ou voluntária.

"Ainda não vi nenhum documento que garante a morte do voluntário ou voluntária", disse.

A suspensão da vacina, ocorrida nesta segunda-feira (9), causou surpresa e indignação no presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que só ficou sabendo da decisão feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após veiculação da notícia em rede nacional na noite desta segunda.

“O certo seria apurar, mas não foi isso que aconteceu. Ontem, às 20h40, a Anvisa encaminhou um e-mail ao Butantan dizendo que teria uma reunião nesta terça, para tratar do evento grave e no e-mail já incluía a informação que os estudos da vacina estavam interrompidos. Eu fiquei sabendo da interrupção dos estudos pela imprensa, pois vinte minutos após recebimento do e-mail a notícia já estava percorrendo em veículos de comunicação do país. Não seria mais justo ligar e falar que a reunião seria para esclarecer tal fato?", disse. 

Durante a coletiva de imprensa, que aconteceu na manhã desta terça-feira (10), no Butantan, em São Paulo, Covas garantiu que a ocorrência de um evento adverso grave com um dos voluntários ou voluntárias, não teve relação com a vacina ou placebo. 

“Nós estamos tratando aqui de um evento que não tem relação com a dose aplicada. Essa informação estava à disposição da Anvisa desde o dia 6. Não podemos dar detalhes sobre o voluntário ou voluntária por questão de ética”, disse. 

Segundo Alessandra Bastos, diretora da Anvisa, a agência não recebeu nenhum documento com detalhes sobre o caso.

"Não houve o envio de nenhum relatório com detalhamento sobre esse evento adverso grave não esperado", disse Alessandra durante coletiva.

Covas disse que não entende porque os estudos foram interrompidos.

"Por que todo esse problema? Por que toda essa polêmica? Nós demos todos os esclarecimentos e reenviamos todas as documentações. Acho que a Anvisa tem que esclarecer que o estudo está sendo feito da forma adequada”, disse.

“Me sinto muito constrangido nessa coletiva.  O que nos choca é que enquanto todos estão correndo para que nós tenhamos essa vacina para a população o mais rápido possível, algumas pessoas festejam o fato de ter aparecido a interrupção dos estudos e criado essa ocasião para desmoralizar a vacina que está sendo realizada junto com um laboratório da China”, disse João Gabardo, coordenador, executivo do Centro de Contingência do Coronavírus no estado de São Paulo. 

Interrupção dos estudos

A Anvisa comunicou, durante a noite desta terça-feira (9), que a ocorrência de um evento adverso grave determinou a interrupção dos estudos clínicos da vacina CoronaVac. O evento ocorrido no dia 29 de outubro foi comunicado à agência, que decidiu interromper o estudo para avaliar os dados observados até o momento e julgar o risco e benefício da continuidade do estudo.   

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