A vez delas
Número de mulheres em ministérios é o maior da história; veja nomes
Onze das 37 pastas serão comandadas por mulheres
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou 11 mulheres como ministras, feito histórico desde a redemocratização. Das 37 pastas, 11 serão comandas por elas. No time, tem economista, socióloga, atleta, indígena, entre outras.
Confira:
Simone Tebet (PMDB-MS) - ministra do Planejamento e Orçamento:
A senadora declarou apoio ao presidente eleito durante o segundo turno. Tebet participou da equipe de transição na área de desenvolvimento social, com a intenção de integrar o escalão do novo governo Lula.
Simone já foi deputada estadual no Mato Grosso do Sul e se tornou a primeira mulher a ser eleita prefeita em Três Lagoas, em 2004. Quatro anos após, foi reeleita.
Em 2011, assumiu o cargo de vice-governadora do Mato Grosso do Sul, na chapa encabeçada por André Puccinelli. Simone Tebet foi secretária estadual de Governo durante o mandato.
Já em 2014, foi eleita senadora pelo Mato Grosso do Sul. Dois anos depois, foi compor a comissão especial do Senado do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT),o qual votou a favor do afastamento da presidente, alegando que ela havia cometido crime de responsabilidade.
Tebet também foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em 2019. Durante a pandemia da Covid-19, Simone representou a bancada feminina na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.
Nas eleições deste ano, Tebet concorreu pelo MDB e recebeu 4,9 milhões de votos (4,16%), ficando em terceiro lugar na disputa, passando a frente de Ciro Gomes (PDT).
Marina Silva - Meio Ambiente
Marina Silva (Rede-SP) assumiu o comando do ministério do Meio Ambiente no anterior governo de Lula, de 2003 a 2008. Ela retornará 15 anos após deixar o cargo e o Partido dos Trabalhadores.
Além disso, Marina concorreu três vezes à presidência e fundou o partido Rede. Este ano com o retorno da candidatura de Lula à presidência, eles se reaproximaram durante a campanha eleitoral.
Marina também foi vereadora em Rio Branco, deputada estadual, senadora por dois mandatos.
Em 2010, a atual ministra concorreu à Presidência da República como candidata do PV. Recebeu 19,6 milhões de votos, ficando em terceiro lugar. Já em 2014, pelo PSB, recebeu 22,1 milhões de votos, ficando também em terceiro lugar.
A última vez que Marina concorreu foi em 2018, quando teve um milhão de votos pelo partido Rede. Este ano ela foi eleita deputada federal por São Paulo.
Ana Moser - Ministério do Esporte
Ana Moser, ex-jogadora de vôlei, será a nova ministra do Esporte. O presidente eleito decidiu recriar a pasta, que estava abrigada numa secretaria especial no Ministério da Cidadania, durante o governo de Jair Bolsonaro.
A ministra foi atleta profissional de voleibol por 15 anos, jogando na seleção brasileira e em clubes. Ela é medalhista olímpica e mundial.
Em 2001, criou o Instituto Esporte e Educação, que atua com esporte educacional em comunidades de baixa renda, além de capacitar profissionais de Educação Física.
Sônia Guajajara - Ministério dos Povos Indígenas
Sônia Guajajara (PSOL-SP) será a responsável pela nova pasta criada por Lula, focada em cuidar dos povos indígenas.
A nova ministra é indígena do Maranhão e se elegeu para seu primeiro mandato de deputada federal neste ano com 156.966 votos. Ela se candidatou pelo PSOL de São Paulo.
Em 2018, foi candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos, que neste ano também se elegeu deputado federal pelo PSOL de SP.
Reconhecida internacionalmente pelas dezenas de denúncias que já fez à Organização das Nações Unidas (ONU), ao Parlamento Europeu e às Conferências Mundiais do Clima (COP) sobre violações de direitos dos povos indígenas no Brasil.
Em 2022, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Durante a transição do novo governo, atuou no núcleo dedicado aos povos indígenas.
Ela se destaca também por ser ativista ambiental, atuando na linha de frente na luta contra projetos que ameaçam florestas e os modos de vida dos povos indígenas.
Em 2013, tornou-se coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), onde passou a atuar no movimento indígena em âmbito nacional. Quatro anos antes, foi eleita vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).
Daniela Waguinho - Ministério do Turismo
Em sua estreia na política, Daniela foi a candidata à Câmara dos Deputados mais votada do Rio de Janeiro, com 213.706 votos, em 2018, sendo eleita deputada federal.
Anteriormente Daniela trabalhava na Secretaria Municipal de Educação do Rio. Mas também atuou na Secretaria de Assistência Social e Cidadania, também do Rio, e só foi voltar a atuar na Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania de Belford Roxo em 2017.
Margareth Menezes - Ministra da Cultura
A cantora baiana foi indicada para o cargo de Ministra da Cultura. Considerada por especialistas um ícone da potência negra e feminina do universo musical afro-pop-brasileiro.
A artista possui mais de três décadas de carreira com mais de dez álbuns lançados, quatro indicações ao Grammy, mais de 20 turnês internacionais e ainda é uma das principais cantoras da música baiana no mundo.
Embora tenha uma vasta carreira artística, Margareth também participa de campanhas e projetos sociais. Em 2008, criou a Organização Não Governamental (ONG) Associação Fábrica Cultural, que atua nos eixos de Cultura, Educação e Sustentabilidade. Uma entidade que promove ações culturais e sociais, voltadas para crianças e jovens carentes, além de oferecer cursos profissionalizantes, de arte e educacionais.
Em 2014, a Fábrica Cultural abrigou o Mercado Iaô, um lugar que promove música, artes visuais, gastronomia, além de impulsionar o trabalho de mais de 100 artesãos e empreendedores criativos.
Maga é uma das personalidades negras mais influentes do mundo, sendo reconhecida pela Mipad 100, da ONU, em 2021. É ainda embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/UNESCO.
Anielle Franco - Ministra da Igualdade Racial
Irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 14 de março de 2018. Seu objetivo principal como ministra é continuar o legado que sua irmã deixou.
Anielle Franco nasceu na Maré, conjunto de comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro. É bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Florida A&M e doutoranda em linguística aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nísia Trindade - Ministra da Saúde
Nísia é presidente da Fiocruz desde 2017, sendo a primeira mulher a assumir um cargo de ministra da Saúde.
Doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. De 1998 até 2005, atuou como diretora da Casa de Oswaldo Cruz, unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde, entre 1998 e 2005.
Participou da elaboração do Museu da Vida, museu de ciência da Fiocruz. Nísia também atuou na implementação da Rede SciELO Livros. Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. Além de ser autora de dezenas de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as cisões entre os "Brasis urbano e rural, moderno e atrasado".
Nísia também marcou a história sendo a primeira mulher eleita presidente na história da Fiocruz. Durante a pandemia da Covid-19 no Brasil, ela liderou as ações da fundação no enfrentamento do vírus.
Cida Gonçalves - Ministra das Mulheres
Aparecida Gonçalves foi nomeada para comandar o ministério das Mulheres, pois é especialista em gênero e violência contra mulheres. Além disso, ela ocupou o cargo de secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos Lula e Dilma Rouseff (PT).
Em 1986, foi candidata ao cargo de deputada constituinte em 1986, sendo a única mulher a entrar na disputa. Já entre os anos 1988 e 2000, Cida foi candidata pelo PT à vereadora no Mato Grosso do Sul.
Esther Dweck - Ministra da Gestão
A pasta de Gestão está sendo criada nesse novo governo, com isso, a economista Esther Dweck estará inaugurando o ministério que é fruto da divisão do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
Ligada ao Partido Trabalhista, Dweck já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos da presidente Dilma Rousseff. Além disso, ela possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela UFRJ. Parte do curso foi realizado em Pisa, na Itália, no LEM da Scuola Sant Anna.
Esther ainda fez um curso sobre Desenvolvimento Econômico na Universidade de Cambridge (Inglaterra), em 2004. Desde 2009, é Professora Associada do Instituto de Economia da UFRJ.No período de 2007 a 2009, foi professora substituta na Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Como economista ela tem experiência em crescimento e desenvolvimento.
Luciana Santos - Ministra da Ciência e Tecnologia
Luciana é vice-governadora de Pernambuco (PCdoB-PE). O ministério será responsável pelas políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de incentivo à inovação, o planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades de ciência, tecnologia e inovação.
A pasta também é responsável pela política de desenvolvimento de informática e automação, política nacional de biossegurança, política espacial e política nuclear.
Luciana é ex-deputada estadual e federal, presidente nacional do PCdoB, um dos partidos que estiveram com Lula na campanha eleitoral e que integrarão a base parlamentar do petista.
foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco, eleita em 2018 junto com Paulo Câmara (PSB). Ambos encerram o mandato neste mês.
Na última eleição, Luciana concorreu novamente a vice-governadora, na chapa liderada por Danilo Cabral (PSB), que não se elegeu.
Ela é engenheira e começou sua trajetória política no movimento estudantil. A futura ministra foi deputada estadual, deputada federal e prefeita de Olinda por dois mandatos. Também foi secretária estadual de Ciência e Tecnologia.
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