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Operação Carne Fraca investiga empresa por fraude em resultados
Uma das gigantes na produção de alimentos, a empresa BRF, responsável por marcas como Sadia, Perdigão e Qualy, é alvo de mais uma fase da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A investigação envolve fraudes nos resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação pela bactérias Salmonella pullorum entre os anos de 2012 e 2015. Onze pessoas tiveram mandado de prisão decretado, entre elas ex-executivos do grupo.
Maurício Grillo, delegado da PF, diz que as planilhas e laudos técnicos eram modificados e os resultados falsos entregues ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), para impedir que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fiscalizasse a qualidade do processo industrial da BRF. A presença e quantidade real da salmonela foram omitidas em alguns casos.
A ração oferecida ao frango antes do abate também era objeto de fraude, de acordo com o delegado. Muitas provas surgiram após as fases anteriores da Carne Fraca e trocas de e-mails bastante consistentes entre executivos e funcionários do controle de qualidade comprovam o esquema de fraude, parte da "estratégia da empresa". “Existe um cronograma da operação que começa nas granjas dos cooperados da empresa, onde existe a contaminação. Passa-se, então, para as plantas frigoríficas e depois para a análise laboratorial”, disse o delegado.
O Ministério da Agricultura também está trabalhando em conjunto com a PF. O ministério explicou que dentre as mais de duas mil variedades de salmonela, existem duas de preocupação para a saúde animal e duas de saúde pública. Por isso, as empresas devem adotar medidas específicas dentro das granjas e nos produtos positivos para a bactéria, para reduzir os riscos ao consumidor.
De acordo com o ministério, a presença da bactéria é comum, pois faz parte da flora intestinal das aves. No entanto, quando utilizados os procedimentos adequados de preparo e de consumo, minimizam-se os riscos, uma vez que ela é destruída em altas temperaturas.
A fiscalização do ministério já havia identificado irregularidades nos procedimentos de certificação sanitária em algumas unidades frigoríficas, que foram proibidas de exportar para países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação da salmonela.
Estão sendo cumpridas 91 ordens judiciais no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. Os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha, além de crimes contra a saúde pública.
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