Saúde
Perigo: fumantes são 85% dos casos de câncer no pulmão
Mais de 28 mil pessoas morrem com a doença por ano no Brasil
De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 85% dos casos diagnosticados de câncer de pulmão são causados pelo consumo dos derivados do tabaco. No Brasil, a doença foi responsável por mais de 28,6 mil mortes só em 2020.
A cantora Rita Lee, que morreu no último dia 9, aos 75 anos, escreveu em sua nova autobiografia, publicada na última segunda-feira (22), que na pandemia de Covid-19 chegou a consumir três maços e meio de cigarro por dia.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas no mundo por ano
"A noia existencial e as notícias me faziam consumir três maços e meio por dia, daí batia a culpa por não estar me alimentando. ‘Amanhã eu como’, mentia pra mim mesma. E nessas virei uma caveira fumante, acendendo um cigarro depois do outro", escreveu Rita.
Não existe uma dose segura de tabagismo para a saúde, mas o oncologista Camilo de Souza ressalta que uma carga maior de dez maços por ano têm maior probabilidade de desenvolver doenças relacionadas à doença.
O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão, responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença no mundo. A exposição ao fumo passivo em casa ou no local de trabalho também aumenta o risco de câncer de pulmão
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas no mundo por ano. Ainda conforme o Inca, o consumo do cigarro e a exposição à fumaça podem acarretar cerca de 50 enfermidades além do câncer, como enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias, entre outras.
"Tão logo a pessoa começa a fumar, tem início uma reação inflamatória provocada pela temperatura elevada da fumaça, que queima não só os pulmões, mas toda a via aérea. Prova disso é o reflexo de tosse que acompanha as baforadas dos principiantes. A combustão resultante dessa agressão térmica gera partículas de oxigênio, os chamados radicais livres, que têm a capacidade de oxidar as estruturas celulares, destruindo a base arquitetônica dos pulmões", detalha o médico.
O oncologista destaca que fumar é, de fato, um dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer de pulmão nas pessoas, mas existem outros agentes, pouco comuns, que podem causar a doença, como:
- Exposição ao radônio;
- exposição ao asbesto;
- exposição a agentes ocupacionais como Sílica;
- arsênico;
- poluição atmosférica;
- histórico familiar.
Sinais da doença
Camilo explica que a doença, em geral, é assintomática durante grande parte de sua evolução, entretanto em algum momento pode aparecer. Ele enumera:
- Dores locais: costela ou peito
- Tosse: com catarro, seca, com sangue, forte ou crônica
- No sistema respiratório: falta de ar, infecções respiratórias frequentes ou respiração sibilante
- No corpo: fadiga ou perda de apetite
- Também é comum: inchaço dos gânglios, perda de peso ou pressão no peito.
Tratamento
Segundo o especialista, o câncer de pulmão tem cura quando descoberto ainda na fase inicial, mas, por se tratar de uma doença silenciosa, é um pouco mais difícil.
"Quando isso acontece o paciente, em geral, é operado e às vezes submetido a tratamentos oncológicos como quimioterapia completar sendo possível obter a cura", pontua.
Diagnóstico precoce
O Instituto Ronald McDonald coordena o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil, que tem como objetivo capacitar profissionais da área da saúde e estudantes de medicina e enfermagem e sensibilizar os profissionais da educação básica sobre a importância do a identificarem os principais sinais e sintomas da doença no seu estágio inicial, para que o paciente seja encaminhado ao tratamento o mais cedo possível. Ao todo, por meio deste programa, o Instituto já capacitou e sensibilizou mais de 32 mil profissionais.
A campanha capacita profissionais da saúde e sensibiliza profissionais da educação básica para que saibam identificar e aconselhar os pais para um possível diagnóstico de câncer.
“No Instituto, trabalhamos para aumentar as chances de cura, que antes giravam em torno de 35%, e atualmente estão em torno de 64%. Nosso objetivo é atingir 80%, taxa de cura nos países com Alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além disso, contribuímos para a qualidade de vida dos pacientes, reinserindo a família na sua comunidade. Temos a certeza de que, se não fosse pelo trabalho do Instituto junto às instituições de todo o Brasil, não teríamos conseguido aumentar as chances de cura dos nossos pequenos pacientes oncológicos.”, finaliza Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald.
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