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Pesquisa do IBGE quer traçar perfil do turismo doméstico
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) iniciou nesta semana idas à campo para investigar os hábitos de turismo da população pela primeira vez. Durante os próximos três meses, dois mil agentes de coleta do IBGE visitarão 210 mil lares para levantar informações sobre o destino de viagens, tempo de estada, tipo de hospedagem e gastos realizados pelas famílias.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o Ministério do Turismo e seguiu as recomendações da Organização Mundial do Turismo. A primeira divulgação está prevista para meados de 2020, e vai considerar as informações coletadas em apenas um trimestre, como explica a analista da PNAD Contínua, Flávia Vinhaes.
“Nesta primeira coleta no terceiro trimestre de 2019, vamos avaliar o que pode ser melhorado. Faremos as alterações necessárias para a pesquisa entrar em campo novamente no início de 2020 e coletar dados ao longo do ano inteiro”, diz.
As viagens internacionais são pesquisadas pelo ministério desde 1983, mas o turismo doméstico passou a ser considerado somente em 1998, sem periodicidade definida. Para o coordenador-geral de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, Daniel Vieira, a participação do IBGE vai aumentar a qualidade dos dados para o setor doméstico.
“Estimamos pelo menos 200 milhões de viagens por ano, e o mercado doméstico representa, no mínimo, 95% do consumo. Vamos ter uma dimensão muito mais apropriada a partir do trabalho que está sendo feito pela PNAD Contínua”, diz Vieira, complementando que os últimos dados do ministério sobre demanda doméstica são de 2012.
Rede hoteleira
Outra parceria entre o IBGE e o Ministério do Turismo foi a Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH), que identificou 31,3 mil estabelecimentos na rede hoteleira e 2,4 milhões de leitos do país em 2016. A partir dessas informações, Vieira ressalta que a PNAD Contínua vai ajudar a responder quem sustenta esse mercado.
“O Brasil é o quinto parque hoteleiro do mundo em quantidade de estabelecimentos e sexto em quartos. É uma atividade econômica muito grande. Quem sustenta isso? A gente olha para a demanda internacional, são 6,6 milhões de turistas internacionais por ano, e, embora sejam importantes, não são eles que estão sustentando a economia do turismo”, diz Vieira.
Além de conhecer com mais detalhes o comportamento da população em viagens nacionais e internacionais, a inclusão da temática na pesquisa vai contribuir para a construção da conta satélite de turismo, uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
(Agência IBGE)
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