Investigação

Polícia prende 10 em operação contra golpe do 'falso sequestro'

Criminosos são acusados de extorquir vítimas em 15 estados

'Entregadores' enviavam os objetos de valor e joias para uma agência dos Correios em Niterói (RJ), diz polícia
'Entregadores' enviavam os objetos de valor e joias para uma agência dos Correios em Niterói (RJ), diz polícia |  Foto: PCDF/Reprodução

Dez suspeitos foram presos e outros dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos estados, entre eles o Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (20).

Tudo isso em uma operação contra uma quadrilha acusada de aplicar golpes de "falsos sequestros". O bando extorquia o dinheiro de vítimas no Distrito Federal e em outros 15 estados.

Os mandados de prisão e busca e apreensão aconteceram em Santa Maria (DF), Florianópolis (SC), Angra dos Reis (RJ) e Realengo (RJ).

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os presos em regime semiaberto no Rio de Janeiro faziam as ligações para as vítimas.

Conforme as investigações da "Operação Rael", a rede criminosa operava com diversos núcleos pelo país e, quando conseguiam convencer alguém, repassavam as informações aos líderes do grupo.

Objetos recolhidos em Niterói

As vítimas eram instruídas a colocar cartões bancários e objetos de valor em sacolas que eram recolhidas por “entregadores”, que realizavam saques e transferências enquanto a vítima ainda estava na linha, ameaçada pelos presos.

Ao portal G1, a polícia afirmou que os entregadores enviavam os objetos de valor e joias para uma agência dos Correios em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde eram recolhidos pelos chefes do grupo.

Os “entregadores” atuavam em vários estados, incluindo São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Acre, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, além do Distrito Federal.

A investigação

A investigação começou em 22 de outubro de 2023, quando um idoso de Taguatinga (DF) foi ameaçado por 20 horas. Um suspeito foi preso em flagrante quando foi à casa da vítima buscar cartões bancários, joias e objetos de valor.

Durante interrogatório, o suspeito afirmou que seus comparsas eram de outro estado e que ele só tinha contato com eles pela internet para prestar contas e enviar os objetos para uma agência dos Correios no Rio de Janeiro.

A investigação revelou que o grupo era chefiado por três pessoas com conhecimentos de informática, responsáveis por comprar dados de potenciais vítimas na internet e repassá-los aos outros integrantes.

A Polícia Civil também descobriu que os golpistas divulgavam um manual de como apagar rastros deixados na internet. No total, 10 integrantes do grupo foram identificados.

Os acusados vão responder pelos crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de capitais, podendo ser condenados a até 31 anos de prisão.

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