Depois de quase quatro anos da instauração da lei de Reforma do Ensino Médio ainda na gestão Michel Temer, o Governo Bolsonaro divulgou nesta quarta-feira (14) o cronograma nacional de implementação do Novo Ensino Médio nas escolas públicas e privadas, que deverá começar a ser realizado a partir de 2022, de maneira escalonada.
As principais mudanças apresentadas pelo Ministério da Educação são a mudança na carga horária e a nova estrutura curricular. Até este ano, a carga horária mínima exigida para escolas é de 800 horas anuais, dando um total de 2,4 mil horas de aulas durante as três series do Ensino Médio. Com a mudança, acrescenta-se 200 horas por ano, passando para mil anuais e três mil ao fim de três anos.
A implementação das novas regras será feita de forma gradual, no próximo ano será na 1ª série do Ensino Médio, em instituições públicas e particulares. Já em 2023, a mudança chegará as turmas de 2ª série. E a previsão é de que até 2024, todas os três anos tenham sido adaptados as novas regras vigentes.
Currículo
A grade curricular, a partir de 2022, será dividida em dois módulos: o currículo geral básico, que compreende a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com foco nas quatro áreas do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Sociais Aplicadas); e os itinerários informativos, que vão oferecer aos alunos a possibilidade de aprofundar seus conhecimentos em uma ou mais das quatro áreas do conhecimento e/ou na formação a partir de conhecimentos técnicos e profissionais escolhidos pelos próprios aluno.
Ao final das mudanças, em 2024, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), porta de entrada aos estudantes para universidades, também sofrerá alteração, de acordo com as diretrizes do projeto, para que possa acompanhar o novo modelo de ensino no Brasil.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Educação organizou uma cerimônia para o lançamento das ações da Reforma do Ensino Médio que contou com a presença do ministro da Educação Milton Ribeiro.
Durante a reunião, o ministro esclareceu não se tratar de uma nova reforma, mas a continuidade de um cronograma já previsto em lei, embora tenha acenado positiviamente para as mudanças.
"Esse novo Ensino Médio me traz esperança (…) Para mim, educação não pode ter partido político, nós temos que focar. Nós temos um compromisso, e educação é sempre médio e longo prazo, nada a curto prazo. Então, o que nós estamos fazendo aqui vai refletir lá na frente"
População não aprova mudanças
O anúncio da reforma reacendeu o debate sobre as alterações e pelas redes sociais, professores e alunos se manifestaram contra, alegando que a mudança não será um avanço, mas um atraso na educação brasileira.
Ainda em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), as discussões sobre a Reforma do Ensino Médio foram fortes, onde muitos dos profissionais da categoria se declararam contra. Para eles, as mudanças podem culminar em uma desvalorização da profissão e piorar a qualidade no ensino dos alunos.
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