Economia

Salada salgada: cenoura, tomate e alface com preço nas alturas

Gasolina contribuiu para a inflação, aponta IBGE

Preço do legume ficou 178% mais caro
Preço do legume ficou 178% mais caro |  Foto: Karina Cruz
 

Manter a salada no acompanhamento do arroz e feijão ficou mais caro nos últimos 12 meses. Só a cenoura teve alta de 178% até o último mês de abril, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gasolina foi o principal motor para manter o índice elevado. 

De acordo com o analista do IBGE, André Almeida, as seguidas altas nos valores dos combustíveis elevaram os custos dos outros produtos que vão à mesa dos consumidores. 

A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular André Almeida, Pesquisados do IBGE
  

Dentro de um ano, o tomate ficou 103% mais caro — seguido pelo alface, que sofreu impacto de 45% nos últimos doze meses.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços no mês passado. Os alimentos, com inflação de 2,06%, tiveram o maior impacto no índice, em abril. 

“Alimentos e transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta em abril. Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%)", diz o pesquisador. 

Também houve alta de mais de 10% no leite longa vida, maior contribuição (0,07 p.p.), e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%). 

Tomate ficou 103% mais caro e encareceu a salada
Tomate ficou 103% mais caro e encareceu a salada |  Foto: Karina Cruz
  

Alta geral

A pesquisa do IBGE mostra ainda que todas as áreas pesquisadas tiveram alta no período. A Maior variação ocorreu na região metropolitana do Rio de Janeiro (1,39%), onde pesaram as altas dos produtos farmacêuticos (6,38%) e da gasolina (2,62%). 

A menor variação, por sua vez, ocorreu na região metropolitana de Salvador (0,67%), onde houve queda nos preços da gasolina (-3,90%) e da energia elétrica (-3,41%).

Impostos zerados

Com o objetivo de segurar a elevação nos preços, o governo federal zerou os impostos de alguns produtos alimentícios nesta quarta-feira (11). A ideia é diminuir o peso no bolso dos consumidores. Entre os itens que tiveram os tributos cortados, estão: carnes desossadas de bovino, congeladas (imposto era de 10,8%); pedaços de miudezas, comestíveis de galos/galinhas, congelados (imposto era de 9%); farinha de trigo (imposto era de 10,8%); outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura (imposto era de 9%); bolachas e biscoitos, adicionados de edulcorante (imposto era de 16,2%); outros produtos de padaria, pastelaria, indústria de biscoitos, etc. (imposto era de 16,2%); e milho em grão, exceto para semeadura (imposto era de 7,2%).

Em coletiva de imprensa para detalhar as medidas, o secretário-executivo da pasta, Marcelo Guaranys, disse que o objetivo é conter o avanço da inflação no país.

"Sabemos que essas medidas não revertem a inflação, mas aumentam a contestabilidade dos mercados. Então, o produto que está começando a crescer muito de preço, diante da possibilidade maior de importação, os empresários pensam duas vezes antes de aumentar tanto o produto. Essa é a nossa lógica com esse instrumento", contou.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou em 1,06%
  

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou em 1,06%. Foi o índice mais alto para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o IPCA, a inflação acumulada em 12 meses está em 12,13%.

Segundo secretária da Câmara de Comércio Exterior, Ana Paula Repezza, a redução de impostos entram em vigor a partir desta quinta-feira (12) e valem até o dia 31 de dezembro deste ano.

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