Aposentadoria

Supremo decide pela 'revisão da vida toda' no cálculo do INSS

Medida pode beneficiar quem ganhava salário alto antes de 1994

Ministros do STF decidiram por 'revisão da vida toda'
Ministros do STF decidiram por 'revisão da vida toda' |  Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
 

Foi aprovada, no Supremo Tribunal Federal (STF), a revisão de toda vida para o cálculo das aposentadorias pagas pelo INSS. A decisão pode afetar aposentados que passaram a receber o benefício entre novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019 e possuem contribuições anteriores a julho de 1994. A medida pode favorecer quem tinha salário alto antes de 1994 e não é automática: é preciso pedir a revisão.

O STF entendeu que o beneficiário pode optar pelo cálculo que represente o maior valor de benefício para ele. De acordo com o entendimento adotado por 6 votos a 5, a regra de transição que excluía as contribuições antecedentes a julho de 1994, quando o Plano Real foi implementado, pode ser afastada caso seja desvantajosa ao segurado.

Histórico

O STF tomou a decisão ao julgar um recurso do INSS contra uma decisão anterior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantiu a um segurado a possibilidade da revisão do cálculo da aposentadoria levando em consideração as contribuições feitas no período anterior a 1994. 

Essas contribuições anteriores a 1994 deixaram de ser levadas em conta na Reforma da Previdência, de 1999. Regras de transição excluíram a contabilização dos pagamentos anteriores ao Plano Real. Associações de aposentados alegaram que os segurados tiveram redução do benefício com essa mudança.

O governo federal, responsável pelo INSS, defendeu no STF que a mudança deixa a situação fiscal do país em situação complicada, com  impactos previstos de até R$ 46 bilhões aos cofres públicos pelos próximos 10 a 15 anos. 

Em fevereiro, o STF já tinha formado maioria de 6 votos a 5 a favor da revisão da vida toda. Em seguida, um pedido de destaque do ministro Nunes Marques suspendeu o julgamento que vinha sendo realizado de forma virtual. A questão foi, então, remetida ao plenário físico para julgamento nesta quinta-feira. 

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