Limpeza
300 toneladas de lixo são recolhidas da Baía da Guanabara
Ação foi feita por pescadores das colônias de São Gonçalo e Magé
Em 8 meses, 309 toneladas e 470 quilos, foi o total de lixo retirado pelos pescadores das colônias Z-8, em São Gonçalo, e Z-9, Magé. Essa limpeza faz parte do Projeto “Águas da Guanabara”: pescadores trabalham para retirar lixo flutuante de praias e manguezais. Atualmente 150 pescadores fazem parte do projeto da Federação Estadual dos Pescadores do Rio de Janeiro (Feperj), que teve início em janeiro deste ano.
Em Magé, na Baixada Fluminense, no canal de Magé, nos rios Suruí e estrela, foram recolhidos um total de 250 toneladas de lixo.
Em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, mesmo cenário de degradação da natureza, foram retirados dos rios Embaço, Pomba, Marimbado, entre outros, pouco mais de 58 toneladas de lixo flutuante e demais resíduos sólidos.
“Essa é uma realidade dura para os pescadores, além de causar uma grande degradação do meio ambiente e dos recursos hídricos, como a atividade pesqueira, prejudicando também representantes da flora e da fauna local. Mas o resultado do nosso trabalho já começou a mudar essa realidade", disse o presidente da Federação, Luiz Carlos Furtado.
A vida voltando ao mangue
Após 8 meses de trabalho árduo dessas equipes de pescadores, e com a retirada de mais de trezentas toneladas de lixo, o resultado de tanto esforço já pode ser visto por todos.
Pescadores do projeto “Águas da Guanabara”, em São Gonçalo, e também Magé, registraram momentos importantes na natureza. Os siris que não apareciam há décadas estão começando a voltar para seu habitat natural. Já é possível vê-los pelo mangue.
Cena que causou emoção em seu Aldir Borges. “Esse é o siri mais raro de aparecer por aqui, o que significa que a água está melhorando, e nosso trabalho está dando certo. E se continuar assim, daqui uns anos, teremos milhares como este por aqui”, disse o pescador.
O projeto “Águas da Guanabara”, visa quantificar e qualificar os resíduos sólidos e os impactos que eles possuem sobre a fauna e flora da Baía de Guanabara, através de novos olhares sobre esses problemas.
Com a participação direta dos pescadores, o projeto busca contribuir para novas ações de gestão, cidadania, e de respeito ao meio ambiente, proporcionando melhores condições de trabalho aos pescadores.
Além da retirada do lixo, existe uma grande preocupação com a questão social dos pescadores. A federação realiza mensalmente ações com os profissionais da pesca, como: exames de rotina, com objetivo de identificar possíveis problemas de saúde e encaminhar para um médico especializado (com apoio das prefeituras). A Feperj, além de remunerar os pescadores pelo trabalho de coleta, oferece cartão auxilio alimentação e ajuda também no que diz respeito a documentação da embarcação e do pescador.
José Nilton da Costa Medeiros, iniciou a vida de pescador ainda criança, acompanhando o pai, explica que, além do lixo, principalmente no inverno a pescaria fica muito difícil.
“A dificuldade desse período afeta todos nós, e receber esses auxílios e esse cartão alimentação nos deixa muito felizes. Agradecemos muito a colônia Z-9 e a federação que vem nos ajudando com o projeto Águas da Guanabara”.
De acordo com a Federação, o projeto está sendo realizado, para analisar as condições territoriais, ambientais e econômicas, dar um diagnóstico ambiental e poluidor (resíduos sólidos flutuantes e de fundo), mapear os pontos críticos, conscientizar sobre os riscos para futura sustentabilidade junto à destinação do material retirado.
Todo lixo retirado da costa, é encaminhado para as prefeituras locais, para ser dada a devida destinação.
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