Cidades
Abrigo Cristo Redentor recebe novos equipamentos de fisioterapia
Terezinha da Conceição, de 80 anos, que foi a primeira idosa vacinada contra Covid-19 no Rio de Janeiro, no alto do Corcovado, agora tem mais um motivo para comemorar. Com as duas doses do imunizante em dia – além da vacina da gripe, como ela fez questão de frisar –, dona Terezinha ganhou no abrigo onde mora uma nova área de fisioterapia e um ambiente reformulado. Ela é acolhida do Centro de Promoção Social Abrigo Cristo Redentor, em Higienópolis, Zona Norte do Rio. O local, vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, atende 195 idosos, homens e mulheres, em situação de vulnerabilidade e/ou risco social.
A casa de longa permanência recebeu equipamentos novos para o Centro de Fisioterapia, que são utilizados para a reabilitação e melhor qualidade de vida dos idosos com artrose, artrite, contusões, além de tratamento de paralisia facial. Foram investidos cerca de R$ 500 mil com recursos da parceria entre a secretaria e o Governo Federal.
Vendendo saúde no auge dos seus 80 anos, dona Terezinha vê a reforma da unidade como algo que vai trazer mais conforto e bem-estar para ela e seus companheiros.
"Estou feliz com essa reforma, ficou tudo muito bonito, e eu me sinto ótima com a fisioterapia, estou muito bem de saúde, não tomo nenhum remédio", ressaltou a idosa, acrescentando que não vê a hora de poder sair para passear e voltar a desfilar na ala das baianas da sua escola de samba do coração, a Estácio de Sá.
Terezinha, que vive no abrigo público desde 2015, contou que as obras no local deram uma motivação a mais para ela seguir firme nas atividades do dia a dia.
"É muito bom ver tudo arrumadinho, com equipamentos novos, dá ânimo para a gente continuar com as atividades. Minha vida aqui no abrigo sempre foi boa, mas agora está ainda melhor", destacou.
O Centro de Fisioterapia Cândido Alves do Abrigo Cristo Redentor recebeu esse nome em homenagem a um idoso acolhido há mais de 20 anos. Figura carismática e solícita, Cândido Alves, de 92 anos, é muito preocupado com as ações que ocorrem no abrigo. Sempre pronto para ajudar os colegas, ele leva a vida com entusiasmo e busca frequentemente algo para se ocupar. Seu Cândido se dedicou por muito tempo a cuidar da horta do abrigo e agora tem uma nova paixão: cuida de uma calopsita, sua amiga inseparável. O idoso não esconde a alegria de ter sido homenageado pelos funcionários.
"Fiquei muito surpreso e feliz com a homenagem, eu não esperava. Gosto muito daqui, das pessoas que me cercam, tenho muitas amizades. Com a reforma feita nas duas unidades, o abrigo ficou ainda melhor", comemorou.
Uma das fisioterapeutas do abrigo, Anelise Luz falou sobre os impactos das melhorias na vida dos idosos:
"Nós recebemos muitos aparelhos novos e isso tem nos ajudado bastante no tratamento dos idosos. Agora é possível levar alguns equipamentos portáteis até o quarto dos idosos acamados para melhor atendê-los. Eles respondem muito bem à fisioterapia, gostam de participar das sessões, e a interação deles com os profissionais é muito boa", explicou.
A Unidade de Cuidados Continuados São Lucas, que fica dentro do abrigo Cristo Redentor, também recebeu melhorias. O espaço é específico para acolher idosos chamados "grau 3", aqueles acamados e com dependência para suas necessidades diárias. O local foi todo climatizado para evitar que durante a pandemia e o isolamento haja desidratação, proliferação de dermatites e aparecimento de escaras, além de proporcionar ambiente agradável e acolhedor.
"Nós hoje temos essa unidade com idosos completamente dependentes para realizar suas atividades. Conseguimos equipar esse espaço com cama, colchão, equipamentos hospitalares novos, materiais, cadeira de rodas, cadeira de banho. Isso tudo faz muita diferença na vida deles, para que tenham mais conforto e um tratamento adequado. O nosso objetivo é que esses idosos acamados possam melhorar cada vez mais. Nosso foco é proporcionar qualidade de vida dentro do Abrigo Cristo Redentor", disse a superintendente de proteção Social Especial, Lícia Mattesco.
A diretora do abrigo, Cláudia Praxedes, enfatizou a importância do cuidado e de dar atenção redobrada aos idosos nesse momento de pandemia para minimizar os efeitos do isolamento:
"Aqui nós temos profissionais capacitados, fazemos um trabalho importante de laços comunitários, para sanar as necessidades emocionais dos idosos. Por conta da pandemia da Covid-19, alguns apresentaram quadros de depressão, e a gente procura fazer videoconferência com familiares para ajudar. Nossas psicólogas levam cinco de cada vez na van para dar uma volta na orla, tudo feito com muita responsabilidade e cuidado. Se a gente percebe que alguém está com quadro mais grave, sentindo muita falta de um familiar, a gente chama a pessoa para a visita seguindo todos os protocolos sanitários", ressaltou.
O Abrigo Cristo Redentor tem 247 funcionários e possui cinco unidades de acolhimento. Nos espaços, os idosos são divididos de acordo com o grau de independência e com o gênero para que possam receber tratamento direcionado.
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