Cidades
Alunos ficam milionários em Maricá
O ano letivo chegou ao fim em Maricá e as temidas provas de final de ano nunca foram tão diferentes. Isso porque o professor de Ciências Físicas e Biológicas Willian Corrêa, educador do Colégio Municipal Clério Boechat de Oliveira, no bairro Flamengo, optou por um método diferenciado para aliviar a tensão da turma, inspirado no filme: "Quem quer ser um milionário".
Ao invés de dinheiro, como acontece no filme, os alunos ganham conhecimento e notas. De acordo com o professor, a brincadeira tem como objetivo agregar aprendizado, estabelecer a participação das famílias na vida escolar dos filhos e melhorar o desempenho nas notas. Alunos do 8º e 9º anos participaram durante o segundo semestre dos desafios.
O professor explica como aplicou o jogo nos dias de provas, que contou inclusive com a participação de familiares.
“Resolvi aplicar o jogo na sala de aula após assistir o filme, antes mesmo do programa de TV. Resolvi arriscar e aplicá-lo durante as provas e funcionou. É uma forma da família participar da vida escolar dos filhos e ainda garantir um momento de descontração", garante.
Fazer a diferença
Aluna do oitavo ano, Rayssa Azevedo, contou que ficou mais tranquila com o telefonema.
“Mandei mensagem para o meu pai avisando que a prova iria começar e ele me disse que estaria esperando. Isso me deixou muito mais confiante. Na hora liguei para ele e conseguimos acertar a questão”, contou.
A ideia do jogo surgiu a partir dos estudos, o professor é pesquisador na área de Educação e cursa doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No mestrado, pesquisou a relação família e escola, como fonte de estudo resolveu aplicar na prática.
“Não é para saber ensinar ou saber a matéria, é estimular, ter um apoio, é um processo de educação coletiva, além de compartilhar responsabilidades. Precisamos agir para fazer a diferença, às vezes a escola é a única oportunidade para essas crianças. Os pais ainda estão aderiram aos poucos ao projeto”, explicou.
O aluno Isaias da Paz, do nono ano, diz que o professor marcará sua vida.
“Esse tipo de atividade que ele fez com a gente vai ficar marcado para sempre em nossa mente. O professor pode até se esquecer de um aluno, pois são muitos, mas um aluno nunca vai esquecer um professor que fez a diferença na vida dele”, conta.
O diretor da Escola Clério Boechat, Felipe Madeira, aponta a iniciativa como referência.
“Essa iniciativa se tornou uma referência, pois mostrou que é possível realizar essas ações diferenciadas dentro do ambiente escolar e isso pode impactar, também, na formação dos professores”, completou.
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