Abandono
Alunos relatam graves problemas em colégio modelo de Niterói
Estudantes ainda denunciam o assédio moral da atual gestão
Os alunos da Escola Intercultural Brasil-China, em Charitas, Niterói, estão indignados com os recentes problemas que vêm enfrentando na unidade. Além da infraestrutura precária do local, que era modelo educacional quando foi criado, os estudantes ainda denunciam o assédio moral que vêm sofrendo da atual direção.
Segundo os relatos, o colégio está funcionando de forma "militarizada" e até a orientadora educacional, que era uma das poucas profissionais de educação que os dava suporte contra possíveis arbitrariedades da direção, foi transferida para outra escola.
"A direção está totalmente autoritária e militarizada, impondo regras e padrões imorais no colégio e isso está acabando com a sanidade mental de todos. Eles cobram o uniforme com o padrão da camisa preta, branca ou cinza, sendo que nem o Estado deu camisa. Não é certo cobrar algo que nem eles oferecem. A direção solicitou a suspensão do cargo da nossa orientadora escolar, a única que estava ali disposta a nos ajudar, pois o próprio colégio não tem ajuda social e muito menos um psicólogo para os adolescentes ali presentes", denunciou um aluno da unidade, cujo a identidade foi preservada.
Eles chegaram a fazer uma manifestação em frente à escola na última sexta-feira (12), o que provocou a presença de representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) para uma reunião com a direção da unidade.
Eles estão agindo de forma errada, tratando os alunos mal, do jeito em que não deveria
Segundo relatos, a estrutura do local está, aos poucos, se deteriorando. Os alunos apontam que o prédio está repleto de rachaduras e, toda vez que chove, os problemas pioram.
"A estrutura está caindo em cima de nós. Tem salas que, quando chove, ficam alagadas. Temos que trocar de salas e não temos mais salas direito. Tá tudo caindo em cima da gente, temos que ir para o refeitório para ter aula. O Estado não faz nada sobre isso", enumera.
Em outubro, os estudantes costumam fazer um intercâmbio para a China, quando são realizados os jogos de verão, que consiste em competir com alunos do país, além de visitar pontos turísticos e estudos sobre o mandarim, como propõe a instituição. Mas eles não sabem se este ano vai acontecer.
"A passagem está muito cara. Lá na China, eles arcam com tudo, estadia, alimentação. Mas a passagem, eles não podem. E a direção não faz nada. Eles só usam a viagem como 'ah você está me trazendo problema, então vou cancelar a viagem'. Antigamente eles ajudavam a pagar a passagem", lamentou o aluno.
A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) informou, por meio de nota, que uma sindicância foi aberta para apurar as denúncias apresentadas na reunião, ocorrida na última sexta-feira (12), na unidade escolar.
"Representantes da Seeduc foram ao colégio e já ouviram estudantes, servidores e membros do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe) e do Conselho Tutelar", disse a Secretaria na resposta.
definição de Interculturalidade
De acordo com o Ministério da Educação, as escolas interculturais usam como metodologia o ensino por projetos de aprendizagem, no qual professores, de diferentes países, planejam aulas em conjunto e determinam em qual período do projeto vão realizar o intercâmbio. A intenção não se trata apenas do ensino da língua estrangeira, mas em criar um ambiente bilinguismo para os alunos.
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