Último adeus
Amigos e fãs se despedem de Susana Naspolini no Rio
Velório acontece em Botafogo; enterro será em Santa Catarina
O corpo de Susana Naspolini foi velado nesta quinta-feira (27), em uma cerimônia que durou 8hrs, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. A despedida foi aberta ao público, que marcou presença para dar o último adeus a repórter da TV Globo.
Julia Naspolini, de 16 anos, filha de Susana, chegou cedo e ficou ao lado do caixão, recebendo apoio de amigos e familiares. Ela quem atualizou o estado de saúde da jornalista e quem deu a notícia da morte na noite de terça-feira (25), através das redes sociais.
A mãe da repórter, Dona Maria, afirmou que Julia estava ao lado da mãe na hora da morte.
"Ela ficou muito aturdida, muito agitada. Perdidinha, porque ela acompanhou a mãe no leito. Ela deitou do lado da mãe no hospital e ficou ali, até a mãe falecer, de mãos dadas. E ela ficou bem desorientada mesmo. E eu comecei a ficar muito preocupada em vê-la daquele jeito. Tem gente que não acredita em milagre, mas eu acredito. Foi o milagre da Susana", disse.
Dona Maria também falou que, após perceber a morte da mãe, Julia, quem também já perdeu o pai, o narrador esportivo Maurício Torres, se ergueu e começou a tomar a frente das questões burocráticas que precisavam ser feitas.
"Quando ela viu que a mãe tinha falecido, disse: 'É, pessoal, vamos resolver os problemas agora'. Levantou e começou a ajudar todo mundo a fazer o que precisava. E ficou ativa nessa atividade. Porque tinham muitas coisas para resolver no hospital. Ela ajudou muito, está aguentando bem. Claro que é uma adolescente, mas acredito muito em milagres. Ela tem muita fé e eu também. A Susana deu esse exemplo para ela. E acho que ela vai ser bem sustentada por esse fé e vai ser bem encaminhada na vida. Porque o legado da Susana para ela foi esse e ela está muito disposta a segui-lo", contou a avó de Julia.
Susana foi acometida por um câncer na bacia, que evoluiu para metástase. Ela ficou internada em estado grave e faleceu em um hospital de São Paulo. Após a finalização da cerimônia no Rio, o corpo será levado para Criciúma, em Santa Catarina, terra natal da repórter.
Edimilson Ávila, colega de trabalho e grande amigo de Susana, também esteve presente na cerimônia. Muito emocionado, ele afirmou que a amizade com a jornalista ultrapassava os estúdios da Globo, já que os dois eram vizinhos.
"Ela cria essa forma de fazer o jornalismo comunitário, alegre, divertido, sem deixar de fazer cobrança. Você vê que tem uma identificação direta com as pessoas do bairro. O jornalismo tá perdendo muito com isso. Nós perdemos uma grande colega, ela era minha vizinha, a gente tem filhos da mesma idade, nasceram na mesma maternidade, trabalhamos na mesma empresa e hoje somos vizinhos. A gente sempre acompanhou, ela sempre tinha muito esperança", disse o jornalista.
Dona Eloisa Elena, de 79 anos, quem trabalhava na casa de Susana e foi apelidada carinhosamente pela Julia como 'Dada', contou que, como 'patroa', Susana foi uma ótima amiga.
"Ela não era patroa, era amiga, uma grande amiga que acabo de perder e que vai me fazer muita falta. Extrovertido, muito alegre, de bem com a vida. Foram 22 anos, muita dor, muita falta. Vou cuidar da Júlia enquanto puder", afirmou muito emocionada.
Ser mãe fez Susana temer a morte
Em entrevista ao programa 'Encontro' em 2019, da TV Globo, Naspolini comentou que, após virar mãe, sentiu medo de morrer quando descobriu a doença.
"Quando eu já tinha a Julia, foi aí que me deu mais pânico, de morrer e deixar minha filha, né? No momento da notícia, é devastador, é humano. Não tem como, a gente quer viver, a gente quer viver muito. Então claro que um diagnóstico que coloque em risco a sua vida, ninguém vai receber e comemorar. Longe disso", disse.
Homenagem
A Prefeitura do Rio vai homenagear a jornalista Susana Naspolini dando seu nome ao Parque Realengo, previsto para ser entregue à população em 2024. O anúncio foi publicado na edição desta quinta-feira (27) do Diário Oficial e destaca a competência no exercício da profissão e também a sintonia com a população carioca.
No decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes, a Prefeitura do Rio lembra que Susana, além de carismática, exercia atividade de grande relevância para a população, auxiliando, inclusive, a Administração Pública a otimizar a prestação dos serviços públicos em benefício dos cariocas.
Os municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, da Baixada Fluminense, também anunciaram que vão homenagear a jornalista.
Em Nova Iguaçu, a repórter batizará uma praça, que antes levaria o nome do bairro, Cobrex, e com a homenagem vai se chamar 'Praça Susana Naspolini'.
Já em Duque de Caxias, o nome da jornalista será dado a uma creche municipal que está sendo construída em Campos Elísios. Segundo a prefeitura, a homenagem é devido às inúmeras reportagens feitas por ela na cidade, como forma de carinho e gratidão.
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