Cidades
Após Coronavírus, serviço 'delivery' dispara em Niterói
Em Niterói, aos poucos as mudanças de hábitos provocadas pela prevenção ao novo Coronavírus (Covid-19) impactam segmentos específicos da economia, como é o caso do setor alimentício. Nos últimos cinco dias, já houve aumento em torno de 55% nas entregas de delivery, segundo revelou a Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade, nesta quarta-feira (18).
Ainda no município, além da restrição às praias, está em vigência o fechamento dos shoppings, clubes, centros comerciais, quiosques e restaurantes, como forma de evitar aglomerações de pessoas e impedir a disseminação do vírus. As orientações foram anunciadas pelo prefeito Rodrigo Neves, nesta quarta-feira (18), durante reunião com secretários do Executivo em seu gabinete.
Na ocasião, Neves destacou que essa é a maior crise de Saúde mundial dos últimos 100 anos e que precisa ser encarada com responsabilidade e conscientização dos cidadãos.
"Não está compensando manter os estabelecimentos abertos porque não há movimentação para isso; e a questão do delivery é uma tendência. As pessoas vão utilizar cada vez mais. Muitos restaurantes que não trabalhavam dessa forma estão aderindo", revela Luiz Vieira, presidente da CDL Niterói.
Ele ainda orienta a população para os cuidados de higiene no momento de escolher os estabelecimentos que fornecem os produtos.
"É importante pedir naqueles locais que já estão acostumados; procurar saber de que forma [a comida] foi feita; qual é a segurança. É importante que as pessoas façam isso através das empresas na cidade que já conheçam e tenham confiança", explica Vieira.
Proprietário de uma lanchonete na Zona Norte de Niterói, o empresário Charles Souza, de 41 anos, trabalha exclusivamente com entregas e revela que tem percebido alta no número de novos clientes através das plataformas de delivery.
"[As vendas] ainda estão estáveis, em comparação com as semanas anteriores. Mas eu tenho notado um número maior de novos clientes pedindo. Acredito que isso possa ser um indicativo dessa tendência de mais pessoas pedindo", opina.
Souza garante que segue as recomendações de higienização e prevenção ao Covid-19, divulgadas pelo Ministério da Saúde, quando disponibiliza luvas aos motoboys.
"As pessoas [clientes] têm orientado para que eles tenham cuidado com o novo Coronavírus. Todos os motoboys estão utilizando luvas e eu aconselhei para que eles peçam aos clientes que retirem os produtos da caixa, assim que o produto chega nas casas, para que os funcionários não tenham contato. Fornecemos etiquetas com o nome da pessoa e o motoboy orienta ela a pegar", conta Charles Souza.
Já na Zona Sul, o empresário Augusto Coimba, de 31 anos, conta que o movimento em seu restaurante caiu cerca de 60%, desde o último domingo (15). Ele explica que por conta disso, antecipou as férias de funcionários.
"O nosso forte é o rodízio. A gente até trabalha com delivery em duas plataformas, só que ainda não conseguimos ver resultados neste sentido porque aqueles deliverys 'de quintal' acabam tendo um custo menor em relação ao nosso, que temos loja e precisamos pagar aluguel, por exemplo. Eles conseguem baixar mais o preço e há essa procura", comenta.
Augusto explica ainda que por ter espaço físico, há um certo limite de reajuste nos preços dos seus produtos, que também naturalmente são mais caros por ter origem oriental.
Ele conta que a equipe está trabalhando enquanto o faturamento supre as necessidades do ambiente, adotando medidas protetivas, com uso frequente de álcool gel, esterilização e máscaras.
"Por comida japonesa ter um custo mais alto, acaba atrapalhando um pouco. As pessoas estão guardando dinheiro, comprando o necessário e rodízio de japa acaba sendo lazer", ressalta.
Procuradas, as plataformas de entrega de comida pela internet iFood, Uber Eats e Rappi ainda não se pronunciaram sobre o balanço de faturamento e a quantidade de pedidos referentes ao últimos dias, após as medidas de isolamento social adotadas pelo estado e municípios.
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