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Arraia do prejuízo: vendas de artigos para tradicionais festejos despencam em julho

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|  Foto: Foto: Karina Cruz
Algumas ornamentações seguem encalhadas, mas maior parte das lojas não chegou a investir em produtos. Foto: Karina Cruz

As restrições impostas pela pandemia do coronavírus que impedem a celebração dos tradicionais arraias, entre junho e agosto, resultaram em mais um ano de estragos para comerciantes que aproveitavam o período para garantir vendas relacionadas aos artigos da festa popular.

As celebrações a São João e Santo Antônio, atraem milhares adeptos aos arraiais caipiras com roupas de quadrilha, comidas típicas, fogueiras e muita dança. A chance perfeita para o comércio melhorar as vendas no período, porém ainda em 2020, o cenário mudou. Os decretos de isolamento social fizeram com que, no ano passado, a festa não pudesse ser feita e, consequentemente, o comércio sofresse o impacto. Esse ano não foi diferente, e apesar da vacinação em curso e preços convidativos, sem a flexibilização das medidas sanitárias, a procura por ornamentações típicas despencou.

Segundo Manoel Luna, gerente de uma das principais lojas de artigos de festas do Saara, no Centro do Rio, a situação ainda é crítica.

“Não melhorou nada, ano passado não teve venda de São João, as lojas estavam reabrindo, mas estávamos dentro do clima de lockdown e praticamente ninguém fez coisa alguma. Esse ano tem um pouco mais de liberdade, as pessoas estão fazendo mini festas em casa, mas nada do que estávamos acostumados a ver”

Segundo o comerciante, no ano passado, quando a pandemia começou, as vendas desabaram e passado um ano, a situação ainda é alarmante.

"Do ano passado para cá, as vendas não aumentaram nada, nem durante esse período de festas juninas, a gente faz o suficiente para manter o aluguel e os funcionários“.

O estabelecimento gerenciado por Manoel não é o único a sofrer, no Saara quase todas as lojas de decoração já não estampam mais artigos de arraias em suas vitrines, algumas outras nem sequer investiram na compra de ornamentações e seguem com a programação normal. Para muitos, não faz sentido gastar mais dinheiro com artigos de uma determinada época se o poder público não sinaliza para novas liberações.

Decoração típica no Saara foi feita de forma bem tímida. Foto: Karina Cruz

Para o economista Mauro Rochilin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as vendas tiveram um crescimento tímido em determinadas áreas do país, um percentual quase insignificante.

"Na medida que a imunização avançar e o setor de serviços voltar a funcionar de maneira plena, o comércio tende a melhorar. Nas cidades de pequeno porte houve um registro de aumento nas vendas durante a época dos festejos de São João, mas o resto do país não teve o mesmo índice de crescimento"

Para a vendedora Érica Priscila, também comerciante no espaço, assume que para o comércio os festejos de São João auxiliaram no aumento das vendas, já que não precisou comprar suprimentos novos para abastecer a loja.

“As vendas não foram 100%, jamais, mas deu uma levantadinha em relação ao mercado de vendas. Ainda não deu aquela respirada que a gente esperava, estamos na expectativa de melhorar. Vem agora o halloween, esperamos ter o carnaval, que aí a gente vai começar realmente a respirar. Esse ano foi bem melhor que o ano passado, não vou colocar 100%, mas melhorou 60%”, conta.

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