Criativo
Arte desperta imaginação sobre futuro de terreno em bairro no Rio
Ideia de desenhos com frases foi de artista que vive na região
A arte muda o mundo. E foi pensando nisso que o artista plástico Odylo Falcão, de 57 anos, decidiu usar seu talento para iniciar um movimento em Laranjeiras, bairro em que vive, na Zona Sul do Rio. Acontece que, por lá, os rumores de que um terreno baldio seria transformado em mais uma farmácia na região o fez pensar na falta que algo cultural no bairro faz.
O local, que abrigava a loja de material de construção QuintoAu, agora é palco de entulhos, lixos e infestações de ratos, conforme os relatos de quem vive por lá. Foi então que Odylo tirou seus personagens do papel e fez uma provocação nos tapumes que tampam o terreno: "O que vem para o nosso bairro?" e "O que as crianças querem?".
"Eu ouvi as pessoas falarem que esse terreno vazio seria uma farmácia, comecei a me questionar: por que não uma livraria? Eu sempre pensei que seria um respeito ao público em geral a gente levar a arte e não trazer, agora, a construção de farmácias ou obras que fugissem a identidade do bairro", relatou.
Para a missão, o artista levou ex-alunos do curso de desenho que ele oferece no espaço Labore, na Rua General Glicério. A provocação artística atraiu quem passava por ali, e logo crianças começaram a deixar bilhetes no local.
"As pessoas logo vieram, as crianças botaram bilhetinhos, [pedindo] parquinho, livraria, cafeteria. Elas compraram a ideia que foi colocada aí. E é bom que começam de cedo, a leitura, as feiras culturais. O que eu busco aqui é a identidade do bairro, acho que a identidade cultural tem que ser fortalecida", afirmou.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio informou que houve início de obras no local, mas foram embargadas por estarem em desacordo com a legislação urbanística. Foi apresentado novo projeto, que está em processo de licenciamento. Através da Central 1746 o cidadão pode fazer qualquer tipo de denúncia ou reclamação referente à cidade.
"Esse espaço virou entulho, as pessoas usam drogas aí, tem rato! É um absurdo você passar aqui e ver isso. As autoridades precisam tomar uma providência com o proprietário e acabar com isso, ou pelo menos fazer algo decente aqui", disse Cid Matos, de 65 anos, administrador de empresas e morador do local.
Sobre propriedades privadas, a pasta enviou a seguinte nota: "Denúncias sobre propriedades privadas são tratadas caso a caso, já que o município só pode atuar em residências mediante ordem judicial, (exceto para casos de danos à saúde pública, em que basta a autorização do proprietário)".
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