Cidades
Atividades em risco no Caio Martins, em Niterói
Um dos principais complexos esportivos de Niterói, o Caio Martins, em Icaraí, atravessa mudanças com desligamento de funcionários nesta quinta-feira (5) e preocupa os cerca de 1,6 mil alunos que fazem aulas de natação e hidroginástica no local.
Apenas nesta quinta foram 13 funcionários que deixaram as dependências do complexo. Quem ainda trabalha no local explica que, atualmente, cerca de 20 pessoas atuam diretamente na área da piscina. Desse total, 18 atuam voluntariamente desde 31 de dezembro de 2019, quando o contrato com a Organização Social (OS) Sólazer Clube dos Excepcionais foi rompido e os funcionários demitidos, incluindo professores, guarda-vidas e apoio.
Ainda de acordo com relatos, mesmo assim, os demitidos continuaram trabalhando, baseados em uma promessa de que a administração do Caio Martins sortearia oito vagas entre os trabalhadores que tiveram o contrato descontinuado.
"Hoje, após termos trabalhado voluntariamente o dia inteiro, como temos feitos há quase três meses, foi anunciado que não precisaríamos mais vir ao trabalho e que estávamos dispensados", informou um dos funcionários, que foi contratado pela OS em agosto de 2019 e demitido em dezembro do mesmo ano.
À frente do local há dois meses, o administrador Geilton informou, em conversa telefônica com o Plantão Enfoco, que prometeu a indicação dos funcionários demitidos pela OS, mas a contratação não saiu.
"A minha promessa era de indicar os funcionários para essa empresa, então eles ficaram lá como voluntários durante esse tempo, mas a contratação não saiu", explicou, sem acrescentar mais detalhes.
Preocupação
Aluna de hidroginástica, a dona de casa Cândida da Conceição, de 52 anos, pratica a atividade há quatro anos no Caio Martins. Ela revela que sofre Artrose e com dores no corpo causadas após contrair Chikungunya.
"Eu cheguei aqui entravada e as aulas de hidroginástica tem me ajudado demais. A gente precisa muito da ajuda do pessoal que trabalha no apoio, pois eles fazem tudo com muito carinho e nos tratam muito bem", disse a dona de casa.
A doméstica Risete Peçanha, de 61, explica que está na hidroginástica há apenas três meses. Há 13 anos luta através do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para se aposentar, devido problemas na coluna e nos joelhos.
"Na minha turma são 86 alunos. Um professor só não consegue dar conta de todo mundo. Quando eu entrei aqui, eu não tinha noção de nada, nem sabia nadar. Se não fosse o auxílio que recebi, teria me afogado. Eu não tenho condições de pagar uma aula de hidroginástica", lamenta.
Em nota, a presidência da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) informa que as aulas de natação e hidroginástica do Complexo Esportivo Caio Martins são oferecidas gratuitamente para cerca de 1.600 alunos. As aulas são conduzidas por professores que se disponibilizaram a permanecer com as atividades de forma voluntária, após o encerramento do contrato que se fez por "força do término do mesmo".
Entretanto, a Suderj não informou se pretende fazer a reposição dos profissionais e se as atividades continuaram sendo exercidas.
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