Justiça

Ato no Rio relembra assassinatos de Bruno e Dom

Amigos e familiares se reuniram no Posto 6, em Copacabana

Foram colocados cartazes com a foto dos dois e o pedido de justiça pelo caso
Foram colocados cartazes com a foto dos dois e o pedido de justiça pelo caso |  Foto: Lucas Alvarenga
  

Amigos e familiares do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira se reuniram no Posto 6 da Praia de Copacabana, na manhã desta segunda (5), um ano depois dos dois serem assassinatos na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. 

Foram colocados cartazes com a foto dos dois e o pedido de justiça pelo caso. Eles foram mortos em 5 de junho do ano passado quando viajavam para entrevistar líderes indígenas e ribeirinhos em comunidades próximas. 

O jornalista preparava um livro sobre a Amazônia. Licenciado da Funai desde 2020, o experiente indigenista trabalhava como consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e acompanhava Dom Phillips na missão.

No Rio, Dom costumava ir ao local para praticar stand up paddle no tempo em que morou no Rio. Cunhado do jornalista, o produtor cultural Marcos Sampaio, de 50 anos, foi um dos organizadores do evento. O objetivo, segundo ele, é manter viva a lembrança e o trabalho dos dois. 

Marcos, cunhado de Dom, também falou sobre as investigações
Marcos, cunhado de Dom, também falou sobre as investigações |  Foto: Lucas Alvarenga
      
É importante para que a gente sempre enalteça o nome do Dom e do Bruno e não deixe cair no esquecimento. É também um movimento pedindo para que continuem olhando aquela região como Dom e Bruno queriam que fosse olhada. Assassinatos continuam ocorrendo no Vale do Javari e lideranças continuam sendo ameaçadas. muita coisa já mudou com o atual governo, mas ainda é tudo inicial, existe um processo e muita violência lá. Marcos Sampaio, cunhado de Dom
 

Segunda maior terra indígena do Brasil, o Vale do Javari fica nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no Amazonas. A região abriga a maior concentração de povos isolados em todo o mundo, com 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas, mas enfrenta problemas como a pesca ilegal, a retirada de madeira e o narcotráfico.

Na última sexta-feira (2), o Ministério dos Povos Indígenas criou um grupo de trabalho para combater a criminalidade na região. O grupo será formado por dez ministérios, Funai, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e terá representantes do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e da própria Univaja.

Há três semanas, o ex-presidente da Funai Marcelo Xavier foi indiciado por omissão no caso. O ex-vice presidente Alcir Amaral Teixeira também foi indiciado. A Polícia Federal considera que o órgão não tomou providência após saber do risco que o indigenista corria.

Jornalista britânico constumava ir ao local para praticar esportes quando morou no Rio
  

Ocorrerão atos ainda nesta segunda em Brasília, onde a viúva de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, estará junto com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, além de outros atos em Campinas, Atalaia do Norte, Belém, Salvador e Londres. 

Investigações

Três pessoas acusadas de participação nas mortes estão presas, aguardando julgamento. No mês passado, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu colher novos depoimentos dos réus Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, que tiveram o primeiro depoimento anulado.

Suspeito de ser o mandante do crime, o empresário Rubens Villar Pereira foi posto em liberdade provisória em outubro do ano passado mediante fiança de R$ 15 mil. Oito pessoas foram colocadas sob suspeita por possível participação nos homicídios e na ocultação dos cadáveres. 

Com Agência Brasil

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