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Bancários exigem agências fechadas após morte suspeita de COVID-19

Por conta das restrições, filas têm se formado na frente de agências bancárias em São Gonçalo e Niterói. Foto: Marcelo Tavares

A morte de um bancário, de 66 anos, no último domingo (29), no Rio, com suspeita do novo coronavírus, intensificou a cobrança de sindicatos pelo fechamento imediato das agências. No entanto, a recomendação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ainda é para manter as unidades abertas, com flexibilidade de redução de horário, rodízio de funcionários e contigenciamento de entrada de clientes.

De acordo com o Sindicato dos bancários e financiários do município do Rio (Seeb-Rio), o funcionário trabalhava em uma agência no Catete, na Zona Sul do Rio, e só foi afastado no dia 16 de março, após apresentar sintomas de gripe e febre. Segundo a categoria, ele foi internado na sexta-feira (27) e faleceu no domingo (29) com quadro de pneumonia dupla.

Nesta terça-feira (31), o Seeb informou ainda que enviou ofício cobrando dos governos estaduais e municipais o fechamento das agências bancárias. Segundo o sindicato, o objetivo é proteger a categoria e também clientes e usuários. Na nota, informou que os governos cederam à pressão da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e mantiveram os bancos abertos.

O Sindicato de Bancários de Niterói e região também entraram na luta pelo fechamento das unidades. Segundo o presidente Jorge Antônio Oliveira, o funcionamento normal das agências não coloca em risco somente os funcionários e clientes, mas também as famílias que estão em casa de quarentena e têm contato com essas pessoas.

"A gente sabe que o banco é um serviço essencial e muitos aposentados e pensionistas não sabem utilizar o serviço eletrônico do banco. Nós temos responsabilidade com essas pessoas, mas em primeiro em lugar é a vida. O bancário não é imune. Por isso, com responsabilidade, temos que tentar diminuir mais ainda o fluxo de atendimento dos clientes e usuários. Deveríamos atender somente em casos de extrema necessidade, quando for comprovada a emergência", declarou.

Preocupação

Outra preocupação do Sindicato de Bancários de Niterói e região é com relação ao auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais de baixa renda, aprovado pelo Senado Federal, na segunda-feira (30).

De acordo com o texto, os pagamentos serão feitos pelos bancos públicos federais em três parcelas mensais, no mínimo. Os beneficiários receberão o valor em contas criadas especialmente para esse fim, que não exigirão a apresentação de documentos e não terão taxas de manutenção.

De acordo com o presidente Jorge Antônio Oliveira, é preciso montar um planejamento estratégico para não causar um colapso no atendimento das agências responsáveis pela entrega do benefício.

"Cada município tem uma realidade. Por exemplo, a demanda no município de São Gonçalo, que tem mais de um milhão de habitantes é bem maior do que a de Maricá e Niterói. Como será feito isso? Não pode haver um colapso, com todo mundo querendo receber o auxílio", disse.

Medidas recomendadas

No último dia 24, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) expediu recomendações às agências, a mais questionada delas é a de que os bancos associados mantenham as unidades abertas em horários diferenciados.

Desta forma, em regime contingenciado, ou seja, com limite de pessoas no interior das agências e apenas com transações essenciais, as agências realizam atendimento ao público pelo período mínimo de 10h às 14h.

Para atendimento exclusivo para idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiências, as agências podem oferecer atendimento de 9h às 10h.

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