Cidades

Barreiras sanitárias de volta nos acessos a Niterói

Publicada às 20h04. Atualizada às 22h12.

Barreiras serão colocadas nos principais acessos à cidade. Foto: Marcelo Tavares / Arquivo

Niterói voltará com as barreiras sanitárias nos principais acessos à cidade, a partir de quarta-feira (14), segundo anúncio do prefeito Axel Grael na noite desta segunda-feira (12) durante transmissão feita pela internet.

A decisão ocorre em meio a um cenário de insatisfação da população, temerosa pelo aumento do desemprego e falência generalizada de comerciantes e empreendedores, por conta das medidas restritivas novamente prorrogadas no município.

Desde a última semana, empresários e trabalhadores em geral têm ido às ruas para uma série de protestos contra a paralisação das atividades econômicas.

Pela nova medida do governo municipal, as barreiras sanitárias terão medição de temperatura. Quem estiver com febre fica impedido de entrar na cidade. A prefeitura pretende controlar o fluxo de pessoas que vêm de fora.

"A gente não pode deixar perder todo o esforço que a gente fez até agora. Precisamos garantir que esse processo de melhoria dos números e indicadores em Niterói continue acontecendo"

Bloqueios nos seguintes pontos:

  • Divisas com São Gonçalo e Maricá (pontos estratégicos)
  • Acessos da Ponte Rio-Niterói

Grael lembrou ainda um pacote de programas emergenciais que o município disponibilizou à população, desde o ano passado, e disse que o caminho para salvar vidas depende apenas da vacina e do afastamento social.

"Enfrentar a Covid tem dois caminhos que realmente vão nos fazer vencer essa batalha. Um desses caminhos é a vacina e Niterói está avançando com quase 20% da população vacinada [...] e promover o isolamento sanitário, que é o que estamos fazendo para que a gente consiga controlar um processo de crescimento dos casos de internação na cidade. É necessário. É isso que salva vidas neste momento"

Monitora Covid-19

Um levantamento do Monitora Covid-19, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que desde março de 2020, Niterói teve mais de 37% de seus leitos ocupados por pacientes de outros municípios, contaminados com a doença. Nas internações em UTI, esse número chega a quase 40%.

De acordo com o levantamento, de março de 2020 a fevereiro de 2021, pelo menos 2.113 leitos foram ocupados por pacientes de outros municípios. Desse número, foram 990 casos de UTI, com destaque para quase metade desse número vindo de São Gonçalo (458 casos). Cidades como Itaboraí, Maricá e Rio de Janeiro também exportam pacientes para a cidade.

Pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde e do Monitora Covid-19, Diego Xavier explica que os dados foram coletados dos registros do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), de março de 2020 a fevereiro de 2021.

O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, explicou que o atual cenário é de registro de mais casos que demandam internações, que deixam pacientes mais graves e com aumento percentual das pessoas jovens sendo atingidas.

"De fevereiro para março saiu de 5% para 12% o número de pacientes entre 30 a 39 anos internados no Hospital Oceânico. Nós vivemos, em todo o território nacional, uma situação de colapso do sistema de saúde. Está acabando, no Brasil, medicamentos para sedar pacientes intubados. Os profissionais de saúde estão exaustos. Precisamos vacinar e diminuir a circulação do vírus”, disse.      

Vacinados

Niterói ultrapassou, nesta segunda, 100 mil imunizados contra a Covid-19. O município contabiliza um total de 105.803 pessoas imunizadas com a primeira dose, entre trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com deficiência institucionalizadas e quilombolas. Já receberam a segunda dose da vacina 35.756 pessoas.

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