Uma capivara assustou moradores de um condomínio depois que o animal entrou em uma das residências no bairro Serra Grande e surpreendeu uma família na Região Ocêanica de Niterói na noite deste sábado (22).
Morador da casa, Hector Noya, de 31 anos, contou ao ENFOCO que estava terminando um trabalho no quintal quando viu um vulto passando de sua cozinha para o quarto. Inicialmente, ele conta, não sentiu medo, por achar que era um gato, mas o tamanho do animal chamou a atenção.
"Eu achei muito grande pra ser meu gato, né? Mas eu estava cansado, eu estava limpando a área lá da obra que eu estou fazendo, então deixei pra lá. Ia me arrumar, tomar um banho, descansar, mas daí eu olhei para o chão e vi um monte de coisa, parecia feijão, na porta do quarto da minha vó. Abri a porta e vi a capivara", contou o rapaz.
Após dar de cara com o animal, Hector conta que ficou desesperado e, ao mesmo tempo, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Ele saiu gritando pela casa que tinha uma capivara no quarto de sua avó.
"Eles não acreditaram, pensaram que era um gambá. Eu liguei para a portaria aqui do condomínio, liguei para os bombeiros, liguei para o CISP", continua.
No final das contas, Hector acabou recorrendo a um amigo, que é apicultor. Juntos, os dois tentaram montar uma armadilha para conseguir tirar o animal em segurança.
"Ele mora aqui no condomínio também e, quando entrou, começou a rir. Jamais iríamos querer maltratar o bichinho, mas não podia deixar ele ali. Peguei as cadeiras da casa, fiz uma cerca, deixei as portas abertas e aí ele foi lá, deu uma cutucada nela com a vassoura, o bicho deu uma cambalhota e saiu correndo", diz de forma bem-humorada.
Após a fuga bem sucedida, Hector e o amigo acompanharam o bicho até ela acessar a reserva do condomínio.
Ninguém encontrou mais a capivara, então ficou por isso mesmo, até então se bobear ela está aqui pelo condomínio, está aqui pela área ainda, mas aqui em casa não está mais não, graças a Deus' Hector Noya, autônomo
Para a família de Hector, ficaram algumas lembranças do visitante inesperado, como várias fezes amontoadas pela casa e uma tremenda bagunça para arrumar. O rapaz ainda afirmou que ficou com pena do bichinho, que parecia domesticado, e se tivesse adotando animais, teria ficado com ele.
Cuidados
De acordo com o professor do Departamento de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública da UFF, Flávio Moutinho, as capivaras não são animais agressivos, mas é preciso ter cuidado.
"O ideal é não tentar tocar o animal nem entrar em contato direto com ele. Capivaras não costumam ser animais agressivos, mas se estressados e acuados podem sim morder pessoas e animais domésticos. Como mamíferos, podem estar infectados com o vírus da raiva e transmiti-lo, apesar de não ser comum. Podem, ainda, estarem infestadas pelo carrapato estrela, transmissor da Febre Maculosa, e esses parasitas podem migrar para os animais domésticos e pessoas", explicou o especialista que disse ainda sobre os locais mais comuns de aparição do animal.
"As capivaras são animais que vivem em bandos e são bastante comuns de ocorrerem em áreas urbanas como por exemplo na Lagoa Rodrigo de Freitas e em toda a região da Barra da Tijuca e Recreio. Diferentes regiões do Brasil têm parques públicos em que a ocorrência dessa espécie é comum", afirma sobre a aparição inusitada do bicho.
Sobre os cuidados em relação às fezes do animal, Moutinho explica que não devem ser tocadas, e sim removidas com auxílio de uma pá ou saco plástico. O local contaminado precisa ser higienizado com solução de água sanitária e as mãos, após o ato, limpas com sabão.
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