Polêmica
Cartilha usa pronome neutro para receber alunos em universidade do Rio
Segundo PUC, publicação foi feita por veteranos da unidade
Uma cartilha contendo linguagem neutra foi distribuída por estudantes a calouros da Pontíficia Universidade Católica (PUC-Rio). Uma foto com a publicação de boas-vindas foi divulgada através das redes sociais, mas o caso aconteceu na semana passada, durante o início do ano letivo.
No material impresso, a capa trazia mensagens receptivas com a frase 'bem-vindes, caloures!" com instruções a novos alunos.
De acordo com a reitoria da universidade, o material foi produzido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), entidade que representa os estudantes dentro da universidade, e não se trata de um documento institucional.
O diretório se identifica como uma entidade que representa a pluraridade e busca dar voz a demandas estudantis, defender os direitos e ser responsável por organizar eventos, além de promover debates e mobilizar os estudantes frente a pautas dentro e fora da universidade.
A cartilha ainda possui data de atos como uma roda de conversa nesta segunda (14), em decorrência de quatro anos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, assassinados a tiros no dia 14 de março de 2018.
O grupo ainda possui uma conta no instagram que utiliza linguagem neutra em seus posts e procura dar mais orientações aos alunos.
Polêmica
A linguagem neutra vem sendo questionada e é motivo de polêmica há algum tempo. O ministério da educação chegou a apontar a modificação do texto como algo artificial e é contrário ao uso dela em instituições de ensinos.
Em 2020, o deputado Junio Amaral (PSL-MG), militar reformado, propôs um Projeto de Lei 5198/2020, que proíbe instituições de ensino e bancas examinadoras de concurso público a usarem palavras que não identifiquem gêneros.
"Este projeto de lei é apresentado em resposta a tentativas isoladas de impor ao conjunto do todo nacional uma visão linguística que reconheceria no português um terceiro gênero, o neutro, ao lado dos gêneros masculino e feminino”, disse o deputado.
O texto tramita desde 2020 e já foi discutido em diversas comissões. Atualmente, o projeto segue aguardando parecer do relator da Comissão de Trabalho, de administração e Serviço Público (CTASP).
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