'Ho ho ho'
'Casa do Papai Noel' vira atração para moradores de São Gonçalo
Tradição no Boa Vista pode ser o último ano do atrativo
Às margens da Avenida Joaquim de Oliveira, no bairro do Boa Vista, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, desponta, anualmente, uma residência que se transforma em um autêntico santuário de luzes, cores e alegria.
Reconhecida com afeto como a “Casa do Papai Noel” pelos moradores locais, a tradição natalina ilumina, há 16 anos, os corações daqueles que têm a fortuna de vivenciar esse espetáculo de amor e criatividade. Este, no entanto, pode ser o último. Entenda mais abaixo.
Os aposentados Carlos Augusto de Abreu, 59 anos, e Jane Andrade de Abreu, 57, moradores da residência encantada, compartilham uma jornada que transcende a mera ornamentação natalina.
Para o casal, que celebra 32 anos de união, o Natal não é apenas uma data no calendário: é um símbolo de amor e generosidade. E a “Casa do Papai Noel” tornou-se a expressão desse espírito festivo.
Buscamos criar um refúgio de luzes e decorações que vão além da estética festiva, algo que toque os corações e transmita o verdadeiro espírito natalino
"O Natal, para nós, é uma ocasião única para disseminar alegria e solidariedade. A decisão de transformar nossa casa em um espetáculo natalino nasceu de um desejo sincero: levar felicidade não apenas à nossa família, mas a todos que passam por aqui, independentemente da idade”, compartilhou Carlos.
Como começou?
A cativante jornada da “Casa do Papai Noel” teve origem após um simples passeio em família, quando a magia de uma casa decorada acendeu a chama da inspiração em Carlos. O que começou como uma ideia despretensiosa floresceu em uma tradição familiar que, hoje, transcende gerações.
Inicialmente, eram os filhos os principais cúmplices nessa empreitada natalina, mas, à medida que a família cresceu, a dedicação e o esmero por decorações cada vez mais encantadoras também se expandiram, transformando a casa em um verdadeiro santuário de luzes e amor.
"Ah, o jeito que o Carlos dá vida a essas decorações de Natal é praticamente um conto de fadas. A inspiração para tudo isso surge do nada, quase como um estalo divino na cabeça dele. Às vezes é vendo o dia indo embora, recordando aqueles tempos bons ou até numa voltinha despretensiosa", relata Jane, com um olhar transbordante.
Jane continua dizendo:
"Ele junta os cacarecos que encontra, dá um jeito de reciclar um monte de coisa, e pronto, temos mais uma daquelas decorações que não só iluminam a casa, mas também acendem um brilho no coração de quem passa”.
Magia
Para Carlos, a magia da decoração natalina na “Casa do Papai Noel" é como um processo encantado. Inspirado por ideias que surgem de momentos cotidianos, ele reúne suas habilidades e paixão para criar peças únicas que embelezam o exterior da residência.
A decisão do que será exibido do lado de fora é guiada por um impulso criativo que ilumina a mente de Carlos, levando a família a transformar concepções abstratas em elementos tangíveis.
No coração dessa tradição está a dedicação artesanal da família Abreu. Nos últimos anos, Carlos tem confeccionado manualmente a maioria dos elementos decorativos, desde trenós até caixas de correios, utilizando materiais recicláveis e deixando sua criatividade fluir.
Inovação
Em 2023, Carlos decidiu inovar ainda mais, criando um helicóptero e um balão, ambos nascidos de sua inventividade e dedicação.
“Para mim, tudo começa quando uma ideia simples surge, muitas vezes em momentos tranquilos, como num passeio pela vizinhança ou quando o dia está chegando ao fim. Daí, com a faísca da criatividade acesa, coloco minhas habilidades e paixão em prática para criar algo único", explica ele.
Segundo Carlos, o prazer verdadeiro está nesse instante, quando consegue dar forma aos pensamentos, transformando-os em algo concreto que vai iluminar o Natal de quem passa.
"Cada peça, seja um helicóptero ou um balão, representa um pedacinho do nosso afeto e dedicação para a comunidade”, enfatiza.
Futuro incerto
A continuidade da tradição na “Casa do Papai Noel”, no entanto, tem sido uma decisão desafiadora para a família Abreu. Este ano, marcado pela possibilidade de ser o último na Avenida Joaquim de Oliveira, reflete o desejo do casal de mudar-se em breve.
Segundo eles, a tarefa de realizar todas as decorações está se tornando cansativa, considerando a idade. No entanto, o futuro da tradição permanece incerto.
A responsabilidade da decoração, caso a mudança ocorra, poderia recair sobre a filha do casal, mantendo viva a chama da magia natalina na família Abreu.
Apesar das dificuldades, a animação da vizinhança é um impulso importante. O casal conta que, quando chega novembro, todos já começam a ficar curiosos: "Teremos Papai Noel? Vão decorar?".
A tradição dos Abreu é quase uma instituição no bairro, e a expectativa dos vizinhos é palpável. De pequenos a idosos, todos aguardam a magia do Natal na “Casa do Papai Noel”.
Essa expectativa, que se traduz em carinho e empolgação, não apenas influencia os Abreu, mas mostra como a tradição se integrou ao dia a dia do bairro.
Ao longo dos anos, a experiência de momentos especiais, contados pelos vizinhos e registrados nas câmeras, tornou-se um tesouro para a família.
O verdadeiro motor para continuar essa jornada natalina, segundo eles, está na alegria sincera das crianças, suas risadas contagiantes e a empolgação ao tirarem fotos com o Papai Noel.
O Natal sempre teve um significado especial para nós, indo além das decorações visuais. A verdadeira mágica mora na alegria das crianças ao avistarem o Papai Noel no helicóptero ou ao se depararem com a placa de 'Boas Festas'
A família Abreu, com sua inspiradora jornada natalina, deixa um legado não apenas de decorações encantadoras, mas de generosidade, amor e a importância de criar momentos especiais.
"Esses momentos, para mim, representam a melhor parte de todo o esforço dedicado à decoração. Testemunhar as crianças encantadas e as pessoas capturando esses instantes em fotos não é apenas um registro, é a celebração da união familiar, das risadas compartilhadas e da construção de memórias que ultrapassam as festividades”, conclui Carlos.
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