Ecos da guerra

Céu é o limite: preço da gasolina surpreende motoristas em Niterói

Reajuste passou a valer a partir nesta sexta-feira (11)

Preço dos combustíveis sofreu com aumentos ao longo do último ano
Preço dos combustíveis sofreu com aumentos ao longo do último ano |  Foto: Karina Cruz
  

A Petrobrás divulgou nesta quinta-feira (10), um comunicado sobre o novo reajuste no preço de combustíveis depois de quase dois meses dos valores congelados. A nova tabela surpreendeu motoristas que abasteciam em Niterói na manhã desta sexta feira (11), data de início dos novos valores. 

Nos postos da Alameda São Boaventura, em Niterói, o valor da gasolina comum já passava dos R$ 7, variando entre R$ 7,29 e R$ 7,49. Até esta quinta (10), os estabelecimentos vendiam o combustível por R$ 6,89, representando um aumento de R$ 0,60 em apenas um dia.

Preço pode causar aumento gradual de setores que precisam de combustíveis para funcionar
Preço pode causar aumento gradual de setores que precisam de combustíveis para funcionar |  Foto: Karina Cruz
 

O corretor de imóveis, Inácio Araújo, usa o carro diariamente para o trabalho, mas tenta buscar outras alternativas às elevações nos valores dos combustíveis. 

É um tiro no pé ter carro hoje em dia. Você só paga, paga e paga. Com a gasolina a esse preço não faz sentido. Eu só dirijo porque não tenho escolha Inácio Araújo, corretor de imóveis
  

Doutor em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mauro Rochlin, explica que o preço do barril de petróleo e de qualquer outro commoditie (matéria-prima vendida em larga escala) são ajustados pelo mercado internacional e que há influência da guerra entre Rússia e Ucrânia no preço.

Com a saída momentânea da Rússia do mercado devido às sanções sofridas, os outros exportadores de petróleo passaram a vendê-lo mais caro, de acordo com a lei da oferta e da procura Mauro Rochlin, doutor em economia

A justificativa dada pela própria Petrobrás endossa a explicação do especialista. A estatal explica que a redução na oferta global do produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata''.

O preço médio de venda da gasolina da estatal para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da distribuidora no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro.

Funcionário público, Francisco Rocha, diz que apesar de entender o aumento alguma ação deveria ser tomada.

"Eu até entendo que exista uma lógica comercial para que o preço aumente, mas eles precisam fazer alguma coisa pelo povo", cobrou. 

Saída

Prevendo uma saída ou ao menos um refresco na pressão dos preços no bolso do consumidor, o Senado aprovou, nesta quinta (10), um Projeto de Lei que altera a regra de incidência do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre os combustíveis. Foram 68 votos a favor, 1 contrário e 1 abstenção.

O texto aprovado estabelece cobrança monofásica, ou seja, em uma única fase da cadeia de produção de ICMS, para uma série de combustíveis e propõe que o imposto tenha uma alíquota única para cada produto em todo o país.

O diesel é o único combustível que adotaria uma regra de transição emergencial. Segundo essa sistemática, enquanto não for adotada a cobrança única – e correspondente unificação de alíquota – do diesel, o valor de referência para estipulação do tributo será a média móvel dos preços médios praticados ao consumidor final nos 60 meses anteriores a sua fixação.

Além da cobrança única, o projeto também concede isenção do PIS/Pasep e da Cofins em 2022 sobre os combustíveis.

Outra solução, dada pela economista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Maria Beatriz de Albuquerque, é que seja criado um fundo para evitar essa grande variabilidade de preços. 

''Com um fundo que faça a compatibilidade dos preços, isso não aconteceria. Em momentos que o preço do barril melhore você não repassa tudo ao consumidor, e sim para o fundo. Quando o preço aumentar, o valor do fundo seria usado para fazer a cobertura do aumento'. 

< Reviravolta! Boavista recupera pontos no Tribunal e Volta Redonda está rebaixado Brunna revela detalhes da vida íntima com Ludmilla: 'Amo o cheiro' <