Cidades
Comércio de Niterói já amarga prejuízo histórico nesta páscoa
As restrições impostas ao comércio de Niterói já resultam prejuízos com cerca de 80% do estoque de chocolate e ovos de Páscoa encalhados nas prateleiras, calcula a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). No último ano, apenas 5% de chocolate sobrou nas lojas. Além do comércio, as docerias de menor porte, avalia a entidade, vão amargar os maiores prejuízos.
Com a Páscoa no domingo (12), o setor se desespera por alternativas para desovar o estoque, adquirido ao longo de janeiro — antes dos casos de contágio do novo coronavírus acelerarem no Rio. Nesta Páscoa, apenas mercados e lojas de departamentos ainda estão com as portas abertas na cidade.
A CDL enviou ao governo municipal a sugestão de autorizar a venda no esquema de drive-thru. Ou seja, os pedidos e entregas ocorreriam com o cliente no carro, em fila, como nas grandes redes de alimentação. No entanto, segundo o presidente da entidade, Luiz Vieira, ainda não houve qualquer retorno por parte da Prefeitura.
“As lojas estão fechadas e só conseguem vender online, sem conseguir chegar ao faturamento previsto. A proposta teria que ter começado essa semana, mas como o maior volume de vendas na Páscoa é nos últimos dias, uma abertura agora já ajudaria”, alerta o presidente da CDL.
Outra iniciativa partiu do Sindicato dos Lojistas de Niterói (Sindilojas). A organização está pressionando por uma janela para as vendas de Páscoa. A proposta da janela, de acordo com o presidente, Charbel Tauil Rodrigues, também foi ignorada pelo município.
"Os supermercados estão podendo vender chocolates e ovos de Páscoa a rodo, enquanto pequenos lojistas, que aguardam o ano todo por esta época, estão obrigados a manter as portas fechadas. Não é justo", defende Charbel.
O formato seria similar ao concedido para as lojas de materiais de construção. Ou seja, sem aglomerações nas lojas e fornecimento de máscaras, luvas e álcool gel aos funcionários.
Queda nas vendas
Seja por um formato ou por outro, a aposta do administrador Yuri Lima, que controla uma franquia da Cacau Brasil, em Icaraí, é de que apenas a flexibilização das regras para o setor pode atenuar o prejuízo. A franquia, que opera desde 2013, enfrenta seu maior desafio este ano.
“Estamos fechados há exatos 21 dias. Desde então, estruturamos a operação de delivery. A questão é que a Páscoa corresponde a 35% do faturamento anual da loja, e já estamos com queda de 50% nas vendas. Isso vai comprometer toda a operação para o resto do ano”, lamenta o empresário.
A tendência de Niterói segue a mesma do estado, em queda. Se ano passado o período movimentou R$ 970,4 milhões, as vendas deste ano não devem passar de R$ 478,3, de acordo com estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-Rio).
A Prefeitura de Niterói ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de janela ou flexibilização da quarentena para as lojas que fazem vendas de Páscoa.
Publicado às 18h.
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