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Corte de árvores em Piratininga chama atenção da Comissão de Meio Ambiente de Niterói

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Local sofre intervenção do Parque Orla Piratininga, que pretende revitalizar a região. Foto: divulgação

Moradores do entorno da Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, denunciam o corte de árvores pela Secretaria Municipal de Obras. No local acontecem as obras do Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis, com objetivo de revitalizar o local.

As árvores foram marcadas com um 'S', que seria de supressão, para, em seguida, serem retiradas. Fora da região do Tibau, muitas já foram ao chão.

Vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Niterói, Daniel Marques (DEM) foi até o local para checar as denúncias. Segundo ele, além das já retiradas, mais de 70 ainda aguardam para serem cortadas ao redor da lagoa.

“Não podemos permitir que continue sem que a população entenda qual é o projeto e o motivo de não compatibilizar as árvores com a obra. São, pelo menos, 70 marcadas com um “S” para serem derrubadas. O prejuízo ambiental pode ser enorme. Já solicitamos ao Executivo a suspensão da supressão, o número de árvores derrubadas até aqui e a medida compensatória prevista. Nossa luta é pra salvar o maior número possível de árvores"

De acordo com o vereador um ofício foi enviado à Secretaria de Obras questionando o projeto. No texto, é questionado o número de árvores que já foram retiradas e quantas ainda serão, medidas compensatórias, além de mapa de estudo que levaram a concluir pela supressão da vegetação do entorno.

A Prefeitura de Niterói esclareceu que foi realizado um inventário florístico na orla da lagoa, com objetivo de mapear, de forma detalhada, a vegetação existente. Segundo a Secretaria de Obras, o projeto paisagístico apontou a necessidade da supressão de algumas árvores, a maioria de espécies exóticas invasoras, mas que garante o plantio de dez vezes mais árvores no local.

A pasta diz ainda que para fazer a retirada houve autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Sobre as medidas compensatórias, a pasta explicou que não foi necessária a medida porque o projeto já prevê a qualificação ecossistêmica da área com o plantio de número de árvores nativas superior ao quantitativo de árvores exóticas que serão suprimidas.

Parque Orla

Pelo projeto área será totalmente revitalizada até 2022. Arte: Divulgação

A previsão é que todo o trabalho para a implantação do projeto esteja concluído em setembro de 2022. Até o momento, estão em andamento as obras de infraestrutura verde e revegetação, além de intervenções para urbanização da área, com implantação de pavimentação e drenagem, praças e ciclovias. O parque, que está sendo implantado pela Prefeitura de Niterói, contempla a recomposição vegetal da orla da Lagoa, abrangendo uma área de mais de 150 mil metros quadrados e a implantação de cerca de 10 quilômetros de sistema cicloviário ao longo de toda a orla, além de espaços para lazer e esporte. Vale ressaltar que a implantação do POP é uma grande contribuição para a recuperação da Lagoa de Piratininga.

De acordo com a Coordenação PRO Sustentável, a criação do Parque irá permitir restabelecer novo equilíbrio ecológico no entorno da Lagoa, manter e fomentar a atividade pesqueira na região, a abertura de espaços multifuncionais com equipamentos de lazer para a população, áreas de contemplação e de aproximação da população com a Lagoa de Piratininga, sua fauna e flora, além de intensificar questões voltadas para a educação ambiental, ecoturismo e gestão de resíduos sólidos.

A secretaria informou ainda que a implantação do Parque Orla Piratininga está sendo feita de forma criteriosa para que os animais e as espécies vegetais locais recebam os cuidados necessários. As poucas espécies animais de porte como cobras e jacarés papo-amarelo residentes na área, são remanejados pela Guarda Ambiental para outros pontos do Sistema Lagunar Itaipu-Piratininga, respeitando todos os procedimentos de segurança para os animais. No caso das outras espécies de rápida mobilidade, são conduzidos para outros pontos da Lagoa. Com relação às árvores, apenas as espécies exóticas invasoras, como amendoeiras serão removidas, mas a determinação da Coordenação do PRO Sustentável é que sejam removidas apenas na hora de iniciar a obra no respectivo local.

Para maior controle da atuação dos funcionários das empresas que estão executando as obras, a Prefeitura de Niterói disse que foi exigida a contratação de especialista em meio ambiente para treinar tanto os operários como os encarregados e engenheiros de modo a conscientizá-los do respeito ao meio ambiente, do que são ações poluidoras e da Lei de Crimes Ambientais. Além disso, no mínimo dois técnicos da equipe do PRO Sustentável estão em campo,  diariamente,  em constante conversa direta com os moradores para explicar sobre espécies nativas, exótica não invasoras e invasoras, juntamente com a distribuição de material gráfico. 

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