Economia
Crise do transporte público não foi superada no pós-pandemia, aponta Comte Bittencourt
Falhas de manutenção e conservação dos veículos foram analisadas
A retomada da economia do Estado tem grande ligação com o fortalecimento do transporte público, na visão de Comte Bittencourt, vice-presidente da Executiva Nacional do Cidadania.
O político aponta que, no período da pandemia, com a redução de até 70% no número de viagens em alguns modais, houve aumento do desequilíbrio no setor - crise que, segundo ele, ainda não foi recuperada.
"A queda na qualidade do serviço e na frequência dos transportes públicos se acentuou na mesma medida. A retomada das atividades presenciais dos últimos meses não tem sido suficiente para inverter esta tendência de sucateamento", diz Comte.
O caso dos ônibus, por exemplo, é uma mostra do desequilíbrio no sistema. Na visão de Comte, os reajustes na tarifa não acompanham o preço do diesel, que somente em março deste ano, cita, disparou 28%.
"O reflexo é sentido na redução de horários, nas falhas de manutenção e conservação dos veículos. As linhas intermunicipais, que funcionam com permissões caducas de mais de duas décadas, sequer foram licitadas pelo DETRO [Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro]", conta.
Para ele, o BRT vive o desafio de se viabilizar 'por falta de interesse' da iniciativa privada no modelo de operação proposto.
"Os demais modais estão em situação igualmente delicada. Na Baía de Guanabara, as barcas têm intervalos cada vez mais longos e ainda não há um escopo de edital de licitação definido para a concessão, que se encerra em 2023. A cratera, deixada há sete anos pela obra inacabada na Gávea, ilustra a situação do Metrô. Nos trens, os problemas são ainda mais antigos e históricos. A falta de segurança é uma ameaça para quem usa o transporte e um artifício para a concessionária transferir sua responsabilidade pelas falhas na operação", conta.
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