Cidades
Denúncia de 'fura-filas' para vacina em hospital de Niterói
Pessoas fora da faixa prioritária para receber vacinas de combate à Covid-19 estariam sendo vacinadas no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, em Niterói. As denúncias anônimas relatam que a direção da unidade teria permitido, inclusive, que familiares do próprio diretor do hospital fossem colocadas na lista no início da tarde desta quinta-feira (28).
Entre as justificativas, funcionários alegam terem recebido a informação de que se tratavam de residentes de Medicina e médicos de outros hospitais.
"Acho isso um absurdo, um desrespeito com os funcionários. Não sei se vai faltar [vacina] para quem trabalha na unidade porque tem muita gente que ainda não tomou. A gente entende que não pode passar ninguém na frente", reclama um dos denunciantes, que preferiu manter a identidade preservada.
A Secretaria Estadual de Saúde enviou uma equipe para aplicar as vacinas e outra para preencher a ficha. O hospital cedeu o espaço para vacinar os funcionários da unidade. No entanto, a pasta ainda não se posicionou sobre as denúncias.
O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) informa que as denúncias recebidas sobre os 'fura-filas' estão sendo repassadas à Polícia Civil para investigação posterior.
Denúncias
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura denúncias documentadas apresentadas pelo Coren-RJ de desrespeito a prioridades por profissionais da categoria na vacinação contra a Covid-19 no estado.
Durante reunião realizada na segunda-feira (25), no Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), Lilian Behring, presidente do Coren-RJ, a vice-presidente, Ellen Peres e a procuradora Fábia Souza informaram casos de desvio de vacinas, que acabam beneficiando os fura-filas.
As denúncias, registradas em todo o estado do Rio, vão servir de base para as investigações da Polícia Civil. De acordo com a presidente do Coren-RJ, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem estavam sendo preteridos por outros grupos na hora da vacinação.
Segundo Lilian, o conselho recebeu denúncias em quase metade dos municípios do estado, o que o levou a montar uma força-tarefa para apurar as ocorrências.
De acordo com o Coren-RJ, as denúncias vão desde desvio de vacinas até furadas de fila por autoridades que levam a família para se imunizar. Lilian destacou que os profissionais passam também por coação e recebem ameaças, sem condição de reagir.
Para o Coren-RJ, o cruzamento de dados por meio do CPF e as informações passadas pelos relatórios das instituições de saúde serão fundamentais para verificar quem foi vacinado.
O conselho quer também a colaboração dos responsáveis técnicos das instituições para ter dados sobre abusos e privilégios. Todas as denúncias devem ser anotadas para que sejam encaminhadas à autoridade policial, o que permitirá controle do fluxo de vacinação.
Com Agência Brasil
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