Cidades

Desfile cívico-militar reúne milhares em Niterói

Forças Armadas marcharam no Centro de Niterói. Foto: Ibici Silva

O tradicional desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência foi realizado, na manhã deste sábado (7), na Avenida Amaral Peixoto, no centro de Niterói. Integrantes de todas as Forças Armadas apresentaram suas tropas, carros e armamentos.

Milhares de niteroienses ocuparam toda a margem da avenida. O desfile começou por volta das 9h. Um pouco antes, o presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Cal (PP), recebeu autoridades em um coquetel na sala da presidência. A bandeira nacional foi hasteada pelo General do Exército, Antônio Ribeiro Rocha. O prefeito Rodrigo Neves e o chefe do Legislativo hastearam, respectivamente, as bandeiras municipal e estadual.

"O desfile é a representação da independência do povo brasileiro. Então, é um símbolo de liberdade, um exemplo de patriotismo que precisamos incutir na nossa juventudade", declarou o general.

Entre as principais atrações do desfile do Exército e da Marinha, destacam-se as presenças de canhões e tropas especializadas, como "snipers" (atiradores de elite). O Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Guarda Municipal também deixaram suas marcas na avenida, com a passagem de viaturas.

Uma novidade no desfile deste ano foi a presença da corporação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foi a primeira vez que a instituição participou do evento em Niterói. Para a chefe da 2ª Delegacia da cidade, Renata Dutra, integrar o evento é uma forma de mostrar o trabalho efetivo que a PRF tem feito no município.

"Nós sempre desfilamos na capital. Agora, a gente conseguiu reunir efetivo para apresentar em Niterói também. Essa aproximação é muito importante para dar visibilidade ao nosso trabalho", comentou.

O comandante do 12ºBPM (Niterói), o tenente coronel Sylvio Guerra, reiterou a importância da tradição na construção de uma sociedade que entenda os conceitos de civilidade. Para o militar, o resgate do sentimento patriota é a melhor alternativa para o futuro das próximas gerações.

"Na minha época de escola, existia a satisfação do estudante em desfilar representando seu colégio. Hoje em dia, eu observo que tem diminuído muito. A gente precisa resgatar essa cultura tão bonita e significante. Temos que reviver esse conceito de civilização para entender a importância do desfile", analisou.

O comandante do 3º Grupamento de Bombeiros de Niterói, o tenente-coronel Fábio Dutra, também entende o desfile como uma forma de passar conhecimento e aprendizado.

"O cidadão deve questionar sim os seus direitos, mas ele tem que fazer sua parte, cumprir as ordens. O desfile traz essa imagem de ordem e de civilidade. As crianças com essa formação se tornam cidadãos melhores", concluiu.

Crianças alegram desfile

Tropa Mirim de Guardiões de Niterói foi destaque. Foto: Ibici Silva

Apesar da pompa militar, quem alegrou e comoveu de verdade a plateia nas margens da Amaral Peixoto foram as crianças e os estudantes. Escolas municipais e particulares, associações e projetos deram uma pitada de leveza e simpatia pela principal avenida da cidade. Mas o destaque mesmo foi a Tropa Mirim de Guardiões de Niterói da Guarda Municipal.

Esta foi a terceira vez que os pequenos marcaram presença no desfile. O projeto é fruto da parceria entre a Guarda Civil Municipal e a Associação dos Inspetores, Subinspetores e Coordenadores. Ou seja, são crianças familiares dos agentes da guarda de Niterói.

Enquanto na rua, elas davam o show. Na grade, o reflexo estava nos olhares das crianças na plateia. Muitas delas, estavam vestidas com as cores da bandeira. Para os empresários Rose Maria, de 42 anos, e André Muniz, de 39, levar a pequena Juliana, de 7 aninhos, é mostrá-la o caminho a ser seguido.

"A gente considera importante passar esse valores de família, moral, respeito e educação para a nossa filha. Ela precisa aprender o que é certo e o que é ético", contou o pai.

Os estudantes do Instituto de Educação Prof. Ismael Coutinho (IEPIC) aproveitaram o desfile para chamar atenção para o problema dos incêndios e desmatamento na Floresta Amazônica. Os alunos marcharam com uma grande faixa à frente do grupo alertando para a salvação do meio ambiente.

Autoridades do município

Autoridades acompanharam o desfile em um palco. Foto: Ibici Silva

O evento contou com a presença de diversas autoridades e personalidades do município de Niterói. Um palco foi instalado em frente à Câmara Municipal e abrigou grande parte desses nomes. O prefeito Rodrigo Neves acompanhou toda a passagem, tanto militar quanto cívica, e reforçou o poder que o desfile tem de despertar o sentimento de pertencimento ao país.

"É uma festa cívica que desperta no coração de todos nós o amor ao Brasil e o amor à nossa pátria. Sempre frequentei o desfile de 7 de setembro e enquanto criança sei que é um momento especial na vida de quem desfilou. Niterói fez um belíssimo trabalho com milhares de famílias acompanhando. Hoje é um dia importante para o Brasil e que a gente possa celebrar sua grandeza. Sobretudo, que a gente possa projetar o futuro com mais cidadania, mais orgulho e autoestima para todos", disse o prefeito.

O presidente em exercício do Legislativo, Milton Cal, relembrou a força histórica da cidade, que já foi capital do Estado, e afirmou que o desfile marca um momento de união dos brasileiros.

"O Brasil é um país de grandes forças, não só políticas, mas culturais. É importante nesse momento de dificuldade que a gente atravessa, que estejamos unidos. Se houver essa polaridade entre os grupos, a gente não vai crescer", argumentou o vereador, que costumava desfilar na infância pelo Liceu Nilo Peçanha.

Protestos

O final do desfile foi marcado por um ato chamado Grito das(os) Excluídas(os), que acontece tradicionalmente após a passagem cívica-militar em diversas cidades do país. Em Niterói, o grupo somou cerca de 30 pessoas e a pauta questionada foi a defesa da Amazônia e da educação pública.

"A gente vai às ruas na luta por um país mais justo. O corte de verbas para a educação e a situação comovente da Amazônia são pautas importantes que devem ser combatidas", contou Danielle Bornia, 38, que foi candidata à prefeita da cidade, em 2016, pelo PSTU.

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