Familiares e amigos do estudante de Engenharia Civil Luiz Vinícius Martins dos Santos, de 31 anos, fizeram um protesto na tarde desta quinta-feira (17), em frente ao Fórum do Colubandê, em São Gonçalo. O ato, segundo a família, foi para chamar a atenção das autoridades, já que desde que foi preso, em 28 de dezembro de 2021, eles tentam provar a inocência do rapaz.
Com faixas e cartazes, os manifestantes gritaram por justiça ao rapaz, também conhecido como 'VN Drywall', preso há mais de mês no presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte do Rio. Familiares pedem a liberdade do rapaz e agilidade nas investigações. A família questiona a morosidade da justiça, que ainda não definiu data para a audiência do estudante.
"É impossível que a Justiça seja tão injusta dessa forma. Nós esperamos que olhem o caso dele com bons olhos porque isso não pode acontecer" Sérgio Luiz Mendonça, pai
Aline Ornellas, esposa de Luiz Vinícius, informou que os filhos do casal sentem falta do pai. A família conseguiu visitá-lo nesta segunda-feira (14) e voltou a afirmar que nem mesmo ele sabe o motivo de estar preso. O casal tem uma menina de oito anos e um menino de três esperando respostas sobre o caso.
"Todos os dias os nossos filhos perguntam por ele. É uma situação muito triste", contou.
A manifestação desta quinta-feira (17) é a segunda realizada em São Gonçalo. No último dia 30 de janeiro, a família e os amigos se reuniram às margens da RJ-104, altura do Arsenal, para protestar.
Prisão
Luiz Vinicius foi preso no dia 28 de dezembro de 2021, na RJ-104, em São Gonçalo, acusado de tentar assaltar funcionários de uma empresa de cigarros.
Segundo a família, o estudante havia saído de uma barbearia no bairro Arsenal e seguia de moto para o bairro Vista Alegre. Ele deveria buscar materiais de construção e seguir com destino a Maricá, onde tinha um serviço agendado em um imóvel de Maricá, mas foi abordado por uma equipe do 7º BPM (São Gonçalo) após funcionários da transportadora acusarem o rapaz de tentar assalta-los, simulando estar armado.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, os policiais militares informaram que durante o deslocamento na rodovia, na altura do bairro Colubandê, avistaram quatro homens de moto, levando em seus respectivos bagageiros, aparente carga de cigarros, e que estavam em diálogo com outros dois motociclistas. Os policiais então suspeitaram da ação e acionaram a sirene da viatura dando ordem de parada. Acontece que, ainda segundo a versão da polícia, a dupla teria se recusado e acelerado as motos, inclusive um deles teria entrado pela contramão e fugido, enquanto Luiz Vinícius acabou detido.
Os policiais relataram ainda que durante a abordagem nada de ilícito foi encontrado, e que o jovem estava apenas com um telefone celular, mas que alegou não ser de sua propriedade. Segundo a família, o celular e a placa da moto foram apreendidos pela polícia. A moto ficou com os familiares.
“Os policiais alegaram que havia outra pessoa em outra moto, só que essa segunda pessoa não aparece em nenhuma das filmagens que registraram o trajeto do meu cliente até ele ser abordado”, justificou o advogado de defesa Rafael Andrade.
Após ser reconhecido por funcionários, Luiz Vinícius foi levado para a Delegacia de Alcântara, e transferido ao presídio Ary Franco, em Água Santa, no Rio de Janeiro.
Imagens
A família e a defesa do acusado conseguiram uma imagem de um estabelecimento comercial que pode auxiliar na soltura do rapaz.
De acordo com a defesa de Luiz Vinícius, as imagens mostram ele sozinho conduzindo uma moto e logo em seguida aparece uma viatura da Polícia Militar.
A defesa acredita que o suposto homem que estaria com Luiz Vinícius pode ter sido inserido na ocorrência apenas para poder concluir a prisão do jovem.
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