Cidades

Empresa de ônibus de Niterói demite 90 rodoviários em uma semana

Demissões na Autolotação Ingá mobiliza categoria. Foto: SINTRONAC/Divulgação

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói e Arraial do Cabo (Sintronac) alertou nesta quarta-feira (25) para o fechamento de 90 postos de trabalho na empresa Ingá apenas nos primeiros três dias dessa semana. Desde o início do ano, a viação demitiu 115 rodoviários, que representa 11% do quadro funcional.

Em ofício enviado ao Sintronac, a empresa atribuiu as demissões à crise econômica do País, que se reflete no setor de transportes coletivos, a necessidade de cortes na folha de pagamento.

A diretoria do sindicato informou que acompanha o processo de demissões, para que os trabalhadores recebam todos seus direitos indenizatórios, e está negociando para que eles retornem a seus empregos, caso a empresa apresente uma recuperação financeira.

“Neste momento, a crise se agravou, tendo a empresa que, infelizmente, diminuir todos os seus custos e a manutenção de todos os postos de trabalho restou impossível”, diz o ofício da Ingá para o Sintronac.

Em 2019, somente até julho, o Sintronac registrou 1.212 demissões de 12 empresas, de acordo com dados do Departamento Jurídico do sindicato. Ano passado, foram 2.651 dispensas, sendo 1.337 até julho. A Ingá apresentou um total de 181 demissões em todo 2018.

“O setor está em crise e prevemos um agravamento dela, com a entrada, autorizada pela Justiça Federal do Rio, da Buser no mercado, uma empresa de transporte coletivo por aplicativo, que não paga impostos e nem contrata rodoviários dentro da legislação trabalhista. Assim, esperamos mais demissões e um colapso no sistema de ônibus das cidades para os próximos meses”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj) foi procurado para prestar esclarecimentos sobre a decisão da empresa e informou que a demissão dos funcionários é uma consequência da difícil situação econômica vivida pelo setor, com contínua perda de passageiros e aumento dos insumos.

"O atendimento operacional das linhas se manterá, sem nenhum impacto na frota, nas linhas ou no intervalo dos ônibus. As obrigações trabalhistas serão todas honradas pela empresa, na demissão desses funcionários", informou a nota.

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