Cidades
Escolas particulares de Niterói terão volta às aulas em Fevereiro
Escolas particulares de Niterói já estão autorizadas a funcionar a partir do dia 1º de fevereiro. A informação foi confirmada pelo prefeito Axel Grael (PDT) via decreto municipal que será publicado em Diário Oficial desta terça-feira (26). A volta às aulas vai ocorrer na proposta do ensino híbrido e em todos os níveis – infantil, fundamental e médio.
A modalidade híbrida concilia o ensino online com o presencial. Nesse caso, as turmas são reduzidas; há diminuição no fluxo de crianças nas escolas; os espaços são reorganizados e todos os protocolos sanitários são respeitados.
Segundo o secretário de Educação, Vinicius Wu, o município vai investir no Programa de Inclusão Digital que envolve tutoria para auxiliar os professores no ensino online.
"A nossa pretensão é com diálogo, transparência e seriedade construir um Plano de Retomada, avaliarmos permanentemente o cenário, e claro, se for o caso, recuar em relação a proposta de ensino híbrido"
Vinícius Wu, secretário municipal de Educação
Niterói já teve 26.923 registros de casos positivos da Covid-19 em quase um ano. Neste mesmo período, foram 25.703 pacientes recuperados do vírus, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com o secretário de Saúde Rodrigo Oliveira, até esta segunda-feira (25) o município apresenta 50% da taxa de ocupação dos leitos exclusivos para Covid-19 nas redes pública e privada.
A cidade permanece no estágio amarelo nível 2 – alerta máximo e o indicador síntese está em 7.25, na avaliação da semana de 15 a 22 de janeiro. O indicador síntese é composto de 12 critérios, como número de leitos disponíveis, casos confirmados e número de óbitos, e orienta o Plano de Transição Gradual para o Novo Normal.
"A gente observou na última semana que houve no setor público e privado a menor taxa de leitos exclusivos. Estamos abaixo de 50% no privado e 50% a 55% no público, juntando CTI e leitos de enfermaria", garantiu Rodrigo.
Na semana passada, o Plantão Enfoco havia publicado que o governo de Niterói entendeu que o setor de Educação é essencial, ainda que no contexto da pandemia da Covid-19. Grael já havia prometido reposicionar o Plano de Transição Gradual para o Novo Normal.
Com isso, na fase laranja o município já fica autorizado a liberar aulas para o ensino médio e fundamental; e no sinal amarelo nível 2, que a cidade se encontra atualmente, fica liberado o retorno para ensino médio, fundamental e até o infantil.
Técnicos do Comitê de Crise contra o Coronavírus viram que seria necessário revisar o Plano de Transição Gradual para o Novo Normal — especificamente o posicionamento de alguns setores econômicos e sociais — por conta da dinamicidade dos conhecimentos científicos sobre o novo coronavírus, que mudam com intensidade ao longo dos meses, conforme comentou o secretário de Saúde Rodrigo Oliveira.
A decisão foi inteiramente embasada na literatura internacional da Ciência, com estudos europeus e asiáticos sobre baixa transmissão do vírus neste público.
Controvérsias
No ambiente Legislativo municipal, há controvérsias quanto ao retorno das aulas. O vereador de oposição professor Túlio (Psol), vice-presidente da Comissão Permanente de Educação, Ciência e Tecnologia e Formação Profissional, declarou na última quinta (21) que seria um 'erro' do governo local anunciar o retorno das aulas 'sem antes garantir segurança' dos professores e profissionais em geral.
"É fundamental que as aulas voltem, que as escolas abrem. Mas antes de fazer abertura, o nosso debate tem que ser em relação à segurança dos professores, a segurança sanitária dos alunos, pais e profissionais"
O secretário municipal de Educação endossou que Niterói agiu com 'extrema responsabilidade e respeito ao conhecimento científico em 2020' e garantiu que não será diferente agora.
Mas para o vereador professor Túlio, 'é um erro anunciar à volta às aulas sem antes garantir essa segurança que não é fácil e não se garante em 15, 20 dias, 1 mês e 2 meses'.
Vinícius Wu contou em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta segunda-feira, que há uma série de questões que precisam ser levadas em consideração, alertando a importância da responsabilidade, respeito à vida e saúde dos profissionais de Educação, alunos, pais, mães e responsáveis em geral.
"Mas é fundamental buscarmos soluções e criarmos condições para o retorno seguro da comunidade escolar. Os efeitos sobre a educação pública podem ser gigantescos e na verdade já são sentidos"
O prefeito Axel Grael disse que vai continuar acompanhando esse processo.
"Vamos continuar acompanhando todo esse processo. Se nós tivermos um recrudecimento da Covid em Niterói, se for o caso, a gente recua como aconteceu em outros lugares. Mas hoje temos as condições favoráveis para que a gente retome a atividade escolar na nossa cidade", explicou.
O Fernando Soares da Cruz que teve a nomeação publicada em 5 de janeiro de 2021 (portaria 42/2021) para ser presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói, cargo que ocupava desde abril de 2020, procurado pela reportagem nesta segunda (25), não comentou a questão da volta às aulas.
Mas no final da última semana, declarou que ficou honrado com o convite do prefeito Axel para permanecer na pasta e garantiu que em conjunto com a Secretaria de Educação desenvolverá projetos para reduzir desigualdades.
Fernando é engenheiro civil formado pela Universidade Federal Fluminense. Entrou na FME no ano de 2010, onde já atuou como diretor do Departamento de Supervisão de Obras, superintendente administrativo orçamentário e financeiro da FME e superintendente da Gestão de Pessoas da FME, até assumir a presidência em abril de 2020.
“Fiquei extremamente honrado com o convite do prefeito Axel Grael para continuar à frente da FME, principalmente quando tive conhecimento de que o secretário de Educação seria o professor Vinícius Wu, com quem eu já tinha trabalhado na implantação de um projeto trazido por ele para Niterói, as Escolas Criativas. Tenho certeza que neste ano de 2021, em conjunto com a Secretaria de Educação, vamos desenvolver projetos para reduzir as desigualdades nas oportunidades educacionais dos alunos das escolas privadas e públicas”, explicou Fernando.
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