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    Justiça Federal

    Estado e Funai são intimados sobre segurança a indígenas em Paraty

    Aldeia denunciou ameaças sofrida na última segunda (23)

    Publicado 28/01/2023 às 12:44 | Autor: Enfoco
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    Está foi a segunda vez que a aldeia foi invadida esse ano
    Está foi a segunda vez que a aldeia foi invadida esse ano |  Foto: Divukgação

    O Estado do Rio de Janeiro e a Funai têm cinco dias para informar à Justiça Federal que providências foram tomadas para garantir o direito à segurança da aldeia Tekohá Dje’y, na localidade de Rio Pequeno, em Paraty, em decorrência dos constantes ameaças e violências sofridas pela comunidade indígena do local. A decisão é da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis e foi divulgada nesta sexta-feira, 27.

    De acordo com o documento expedido pela justiça a escalada da violência chegou ao ápice, na manhã do dia 23 de janeiro, quando um homem não identificado invadiu a comunidade e ameaçou os indígenas gritando: “Vou matar índio, vou matar mesmo.” O documento relata ainda que, de acordo com o Ministério Público Federal a falta de políticas públicas eficazes e proteção na terra indígena Tekohá Dje’y, bem como a ausência de mecanismos de monitoramento e avaliação por parte do Estado e da Funai têm contribuído para a perpetuação violência.

    Na manhã deste sábado (28), os indígenas se sentiram ameaçados mais uma vez. Quando se preparavam para ir trabalhar, duas mulheres, um homem e duas crianças da aldeia foram surpreendidos por pessoas dentro de um carro fotografando a aldeia e até as pessoas, inclusive crianças. Ao se depararem com os indígenas eles saíram em disparada, no carro onde estavam. Os indígenas conseguiram filmar com a câmera do celular a placa do carro ocupado pelos agressores.

    Ao receber as imagens, a vice-cacique Neusa Kunhã, que está em Brasília e se preparava para uma reunião na hora do ocorrido, desabafou.

    “Isso que está acontecendo é muito grave! Assédio contra nossas crianças, estamos ameaçados em nossa integridade física, estamos psicologicamente afetados”, disse.

    Neusa chorou ao falar do risco constante que os familiares estão correndo: “Estou aflita, neste momento aqui em Brasília, porque é a minha família...a gente não suporta mais ser violados, ser ameaçados. Eu sinto isso na minha pele todos os dias dentro do meu território, dentro da minha casa. Essas pessoas precisam ser punidas”, disse, emocionada.

    A família de Neusa fará o registro desta ocorrência, na delegacia da cidade. Este é o segundo ataque que a aldeia sofre, em menos de uma semana.

    O governo do estado e a Funai ainda não havia se posicionado até a publicação desta reportagem.

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