Obra
'Exposto ao descaso', denuncia moradora sobre Barco do Campo São Bento
Moradores e visitantes reclamam da falta de manutenção
Moradores e visitantes denunciam abandono e descaso com o barco localizado no Campo São Bento, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. A equipe de reportagem do ENFOCO esteve no local, conversou com denunciantes e constatou que além de pregos enferrujados expostos, madeiras estão descolando da estrutura.
O barco “Benção de Deus VIII” está em exposição no Campo desde 2014. Ele é oriundo de um naufrágio na Baía de Guanabara, na altura da Ilha da Conceição, onde ficou por oito anos, foi resgatado e ressignificado como obra de arte pela artista plástica Mercedes Lachmann.
De acordo com a artista o objetivo da obra é chamar a atenção da população para um objeto fora de seu habitat natural, despertando nos frequentadores do local a reflexão da relação entre a cidade e o mar.
Apesar disso, oito anos após a exposição, uma das denunciantes, a cuidadora Mônica Medeiros, 36 anos, conta que além do descaso considera a situação da estrutura um perigo para as crianças.
O barco está exposto ao abandono e ao descaso.
"É um risco, é uma área frequentada por crianças, teve Carnaval, tem feira, é muito perigoso, se uma criança encostar pode se machucar. Deve ter até cupim, está tudo enferrujado, as madeiras estão caindo aos pedaços, eles tinham que fazer alguma coisa", complementou.
Quem também reclamou foi a aposentada Janaina Silva, 65 anos, moradora de Santa Rosa.
"Por ser uma obra de arte deveria está conservada. É um símbolo da história de Niterói, podiam colocar um cercado em volta, realizar manutenção com frequência. Cuidar da nossa história", comentou.
Visitantes também reclamaram sobre a falta de uma placa explicativa sobre o significado da obra.
"Muita gente que passa aqui nem sabe o que significa, eu mesma só fui saber ano passado, quando pesquisei no Google sobre o assunto. Deviam colocar ao menos uma placa no local. Ou devolverem ao mar, para que sirva de moradia para a fauna do local. Do jeito que está, é feio", lamentou Sabrina Almeida, professora, moradora do Ingá.
Outro morador de Icaraí, Henrique Novais, 55 anos contou que admira a obra, mas reforçou a necessidade de preservação.
"Sempre apreciei essa escultura, é uma pena que com o tempo esteja virando apenas mais um acervo antigo. É necessário preservar", contou.
Procurada a respeito da manutenção e preservação da obra, a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) informa que realizou manutenção, e que foi colocado mais um apoio e o acesso ao interior do barco foi isolado com grades.
A Seconser reforça que o barco é uma obra de arte e está sendo avaliado seu restauro pela Secretaria de Conservação e pela Secretaria das Culturas.
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