Obra

'Exposto ao descaso', denuncia moradora sobre Barco do Campo São Bento

Moradores e visitantes reclamam da falta de manutenção

Barco está em exposição desde 2014
Barco está em exposição desde 2014 |  Foto: Marcelo Eugênio

Moradores e visitantes denunciam abandono e descaso com o barco localizado no Campo São Bento, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. A equipe de reportagem do ENFOCO esteve no local, conversou com denunciantes e constatou que além de pregos enferrujados expostos, madeiras estão descolando da estrutura.

O barco “Benção de Deus VIII” está em exposição no Campo desde 2014. Ele é oriundo de um naufrágio na Baía de Guanabara, na altura da Ilha da Conceição, onde ficou por oito anos, foi resgatado e ressignificado como obra de arte pela artista plástica Mercedes Lachmann.

De acordo com a artista o objetivo da obra é chamar a atenção da população para um objeto fora de seu habitat natural, despertando nos frequentadores do local a reflexão da relação entre a cidade e o mar.

Apesar disso, oito anos após a exposição, uma das denunciantes, a cuidadora Mônica Medeiros, 36 anos, conta que além do descaso considera a situação da estrutura um perigo para as crianças.

O barco está exposto ao abandono e ao descaso. Mônica Medeiros,
  

"É um risco, é uma área frequentada por crianças, teve Carnaval, tem feira, é muito perigoso, se uma criança encostar pode se machucar. Deve ter até cupim, está tudo enferrujado, as madeiras estão caindo aos pedaços, eles tinham que fazer alguma coisa", complementou.

  • Madeira sem conservação
    Madeira sem conservação
  • Barco em estado de abandono
    Barco em estado de abandono
  • Barco fica localizado no Campo São Bento
    Barco fica localizado no Campo São Bento
  • Barco ficou naufragado na Ilha da Conceição por oito anos
    Barco ficou naufragado na Ilha da Conceição por oito anos
  

Quem também reclamou foi a aposentada Janaina Silva, 65 anos, moradora de Santa Rosa.

"Por ser uma obra de arte deveria está conservada. É um símbolo da história de Niterói, podiam colocar um cercado em volta, realizar manutenção com frequência. Cuidar da nossa história", comentou.

Visitantes também reclamaram sobre a falta de uma placa explicativa sobre o significado da obra.

"Muita gente que passa aqui nem sabe o que significa, eu mesma só fui saber ano passado, quando pesquisei no Google sobre o assunto. Deviam colocar ao menos uma placa no local. Ou devolverem ao mar, para que sirva de moradia para a fauna do local. Do jeito que está, é feio", lamentou Sabrina Almeida, professora, moradora do Ingá.

Outro morador de Icaraí, Henrique Novais, 55 anos contou que admira a obra, mas reforçou a necessidade de preservação.

"Sempre apreciei essa escultura, é uma pena que com o tempo esteja virando apenas mais um acervo antigo. É necessário preservar", contou.

Procurada a respeito da manutenção e preservação da obra, a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) informa que realizou manutenção, e que foi colocado mais um apoio e o acesso ao interior do barco foi isolado com grades.

A Seconser reforça que o barco é uma obra de arte e está sendo avaliado seu restauro pela Secretaria de Conservação e pela Secretaria das Culturas.

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