Cidades
Família de pescadores sumidos na Barra vão acionar justiça
Publicada às 17h53. Atualizada às 8h.
Familiares dos três pescadores que sumiram após entrarem no mar da Barra da Tijuca no último dia 13 de janeiro realizaram um ato, na manhã desta terça-feira (26), na Praça Mauá, no Centro do Rio, pedindo para que as buscas por parte da Marinha sejam retomadas.
A força armada estava à procura do trio desde as 24 horas após os relatos do desaparecimento e, segundo comunicado, percorreram mais de 200 mil quilômetros de extensão nos mares brasileiros.
Havia a expectativa de que os amigos tivessem à deriva e poderiam ter sido levados pelos fortes ventos para o sul do País, no entanto, a Marinha suspendeu as buscas desde o último sábado, dia 23, depois de informar que não havia indícios de que os amigos tivessem sofrido algum acidente. O órgão informou ainda que estão mantendo contatos via rádio com barcos de menor porte que possam estar no raio de onde as buscas foram realizadas.
Segundo familiares, o órgão militar informou que as buscas foram interrompidas por se tratar de um protocolo da instituição, onde só retomariam caso houvesse indícios mais concretos do caso.
Ato
Familiares e amigos dos pescadores estiveram na manhã desta terça-feira (26) na Praça Mauá, no Centro do Rio. Segundo Valéria Silva, irmã de Marcelo Silva, um dos pescadores sumidos, o ato serviu para chamar a atenção e pedir para que as buscas não parem. Ela questiona o tempo que os amigos foram procurados (dez dias) pelos órgãos de segurança e que irá acionar a justiça para que a procura não seja interrompida. As buscas, por enquanto, estão sendo realizadas por outros profissionais que ajudam nas buscas com outras embarcações.
"Tentamos chamar a atenção deles [Marinha], mas disseram que se trata de um protocolo essa interrupção nas buscas. Garanto que se fosse um famoso que tivesse perdido em alto mar essas buscas não seriam paradas. Entendo que não seja má vontade, mas são pais de famílias, são maridos, filhos, enfim, são vidas. Já conversei com um advogado e vamos analisar o caso para que a gente entre com uma ação para que essas buscas sejam retomadas", lamenta Valéria.
Esta semana, a família dos três amigos estiveram na 16ª DP (Barra) para registrar o sumiço e foram encaminhados para a delegacia de descobertas de paradeiros (DDPA). A Marinha foi questionada sobre a interrupção das buscas e o ato realizado pelos familiares na manhã desta terça-feira (26), e respondeu informando que "apesar da suspensão da operação, o desaparecimento dos tripulantes permanece sendo divulgado por meio das Estações Rádio Costeiras, junto à comunidade marítima e empresas de aviação que sobrevoam o litoral. Caso surjam novas informações sobre o ocorrido, as buscas serão retomadas tempestivamente".
O órgão militar disse ainda que "durante dez dias, a MB conduziu uma Operação de Busca e Salvamento que empregou quatro embarcações: Navio-Patrulha “Macaé”, Navio-Patrulha “Gurupá”, Navio-Patrulha Oceânico “Apa”, e o Navio-Patrulha “Guajará” e que durante todo o período de buscas, os navios e as aeronaves da MB e da FAB realizaram uma varredura de mais de 220 mil km2, percorrendo uma faixa litorânea entre Rio de Janeiro e Paranaguá (Paraná), até 270 km da costa".
As causas e responsabilidades do acidente, sob o ponto de vista da Autoridade Marítima, serão apuradas em Inquérito Administrativo instaurado pela Marinha. Concluído o inquérito e cumpridas as formalidades legais, será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação e dará vista à Procuradoria Especial da Marinha, para que adote as medidas previstas no Art. 42 da Lei no 2.180/54.
O Com1°DN diz ainda que é solidário ao momento crítico vivenciado pelas famílias e esclarece que prestou apoio direto, atualizando-as diariamente. Além disso, representantes das famílias receberam todas as informações sobre o andamento das buscas e conheceram detalhes sobre os meios navais e aéreos nelas empregados.
Já a Polícia Civil informou, em nota, que "as investigações estão em andamento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA)e que os agentes realizam pesquisa em corpos e verificam se os mesmos foram encontrados nas águas. Os policiais também estão ouvindo os familiares para esclarecer os fatos", diz o comunicado.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!