Último adeus

'Fica a história', diz Mauro Quintaes no velório de Max Lopes

Cerimônia de despedida foi no Parque da Colina, em Niterói

Max faleceu no último sábado (23) após falência múltipla dos órgãos
Max faleceu no último sábado (23) após falência múltipla dos órgãos |  Foto: Marcelo Eugênio

O corpo do carnavalesco Max Lopes, de 74 anos, foi velado na manhã desta terça-feira (26), no cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, Região Metropolitana do Rio. Conhecido como o ''Mago das Cores'', ele morreu no último sábado (23), após uma insuficiência múltipla dos órgãos.

Max estava com câncer de próstata e deu entrada no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, no dia 24 de agosto, com um quadro de instabilidade hemodinâmica e insuficiência renal aguda, segundo a unidade. Próximo de completar um mês internado, ele acabou não resistindo.

Vera Garcia era prima de Max e acompanhou seus últimos momento de vida
Vera Garcia era prima de Max e acompanhou seus últimos momento de vida |  Foto: Marcelo Eugênio

"Agora, no final, ele estava um pouco deprimido, depois ele pegou covid. Mas, infelizmente, o câncer de próstata não conseguiu reverter, teve uma insuficiência renal e foi embora. Ele era uma pessoa alegre, de caráter, firme com os seus objetivos. Foi um guerreiro na vida, conseguiu fazer tudo que ele planejava e alamejava", contou a prima de Max, Vera Garcia, com quem ele esteve no último momento.

Várias personalidades do Carnaval e profissionais que trabalharam com o carnavalesco marcaram presença na cerimônia para dar o último adeus.  

A coreógrafa Elizete Mascarenhas trabalhou com o carnavalesco
A coreógrafa Elizete Mascarenhas trabalhou com o carnavalesco |  Foto: Marcelo Eugênio

"O Max foi muito mais do que um simples carnavalesco, foi um amigo. Muitas vezes era nosso pai porque ele indicava o caminho que a gente tinha que seguir. Eu me sinto muito orgulhosa e ele não vai morrer nunca porque ele é eterno. Deixou um legado que não será esquecido: ser humilde. Não acredito que tenha alguém nessa terra que não tenha gostado de Max Lopes", disse Elizete Mascarenhas, coreógrafa que trabalhou com o carnavalesco.

Mauro Quintaes ressaltou a importância de Max no Carnaval
Mauro Quintaes ressaltou a importância de Max no Carnaval |  Foto: Marcelo Eugênio
 

Mauro Quintaes, carnavalesco da Porto da Pedra, ressaltou a importância do Max no Carnaval e o quanto é importante que as novas gerações reconheçam o trabalho que o ''Mago das Cores'' fez ao longo dos anos.

"Eu não estaria aqui hoje para falar sobre uma figura de Carnaval se não fosse o Max. Eu comecei a trabalhar com o Max, por nove anos. Então, tudo que eu aprendi em termos de estrutura de Carnaval, mecânica barracão foi com o Max. Fica essa história dele, o bigode mais famoso do Carnaval. Espero que as futuras gerações reconheçam essa figura", ressaltou.

Mauro relembrou o enredo da São Clemente de 2010, quando homenageou o amigo em um dos carros alegóricos.

"Eu tinha que colocar ali um carnavalesco que fosse importante, então eu falei: 'não posso falar de qualquer outro que não seja ele', aí fizemos a escultura dele lá, com o bigodão! E a São Clemente sobe né, foi uma sorte boa", completou Quintaes. 

Jorge Silveira destacou a generosidade do amigo
Jorge Silveira destacou a generosidade do amigo |  Foto: Marcelo Eugênio

O carnavalesco Jorge Silveira, que atualmente está na Mocidade Alegre, em São Paulo, trabalhou ao lado de Mauro. Ele destacou umas de suas principais características: a generosidade.

"Eu tive a oportunidade de trabalhar dois anos com ele, tendo a oportunidade de aprender. Ele era uma figura que está além do Carnaval. Um ser humano incrível, extremamente generoso e que formou gerações de profissionais. Ele é imortal! Artista não morre, vira eternidade", afirmou.

Nos minutos finais da cerimônia, representantes da Mangueira e da Imperatriz fizeram uma homenagem a Lopes, cantando os sambas que consagraram o carnavalesco campeão nas escolas. Às 12h30, o corpo seguiu para uma cerimônia fechada aos familiares, onde foi  cremado.

Trajetória de campeão

Lopes foi campeão do carnaval do Rio pela Mangueira, com o enredo 'Yes, Nós Temos Braguinha', em 1984, pela Imperatriz Leopoldinense, com o 'Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós', em 1989.

Mais tarde, em 2002, retornou à Mangueira para conquistar outro título com o enredo "Brasil com 'Z' é pra cabra da peste, Brasil com 'S' é nação do Nordeste".

A trajetória de Max Lopes também inclui passagens por outras escolas de samba, como Vila Isabel, Viradouro (onde foi campeão do grupo de acesso em 1990 com o enredo "Só Vale o Escrito"), Santa Cruz, Unidos de Lucas, Grande Rio, entre outras agremiações.

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