Opção

Gasolina nas alturas coloca 'magrelas' como alternativa em Niterói

Valor do combustível incentiva uso do meio de transporte

Opção tem crescido pela cidade
Opção tem crescido pela cidade |  Foto: Karina Cruz
  

Com os aumentos sucessivos no preço da gasolina em todo o país, cada vez mais pessoas utilizam bicicletas para, além de aliviar o bolso, fazer o trajeto de maneira mais agradável. Pelas ruas de Niterói, por exemplo, muitos adeptos utilizam o meio de transporte. 

Presidente da Associação de Ciclistas do Estado do Rio de Janeiro (Acerj), Claudio Santos acredita que o aumento do número de pessoas visto pedalando nas ruas está intimamente ligado ao aumento do preço dos combustíveis.

''Depois da pandemia, tivemos um número muito grande de vendas. Vendia mais que o dobro da média de antes da pandemia. Esse número elevado durou até agosto de 2021. De agosto até janeiro tivemos uma pequena queda, mas o mercado aqueceu de novo este ano'', explicou.

Creio que o aumento da gasolina tem grande influência no aumento gradativo das vendas em 2022 Claudio Santos, Presidente da Acerj
  

Em uma das principais vias da cidade, a Avenida Roberto Silveira, muitas pessoas se deslocam para seus compromissos sobre duas rodas. Morador do de Charitas, Hudson Bonno explica que desde que seu trabalho voltou a ser presencial, a bike foi o meio mais utilizado para o deslocamento até o trabalho e, inclusive, vendeu seu carro. 

Hudson utiliza a bicicleta mesmo trabalhando no Centro do Rio
Hudson utiliza a bicicleta mesmo trabalhando no Centro do Rio |  Foto: Arquivo Pessoal
Saio da minha casa de bicicleta em direção ao Catamarã, em Charitas. No transporte, depois guardo e utilizo novamente quando chego ao Centro do Rio. Vou até o aeroporto Santos Dumont Hudson Bonno, Engenheiro Civil
  

''Hoje em dia ter um carro representa mais estresse do que conforto. Além disso, são muitas despesas, não só com combustíveis, mas também com a manutenção'', completou. 

Prática é cada vez mais popular na cidade
Prática é cada vez mais popular na cidade |  Foto: Karina Cruz
  

Na Região Oceânica, o trabalhador da construção civil, Márcio da Silva Santos, explicou que vai para o trabalho todos os dias utilizando sua 'magrela'. 

''Demoro cerca de 15 minutos. Se for uma distância curta eu acho que compensa ir de bicicleta para os lugares, tanto pela questão financeira quanto pela questão ambiental'', contou.

Eu tenho um primo que, inclusive, parou de andar de carro por conta do preço da gasolina Márcio da Silva Santos, trabalhador de construção civil
  

GASOLINA X GUERRA

   
Aumento do preço da gasolina aquece mercado de bicicletas
Aumento do preço da gasolina aquece mercado de bicicletas |  Foto: Marcelo Eugênio
  

A nova alta da gasolina faz com que o preço do combustível gire em torno de R$ 7,69 por litro na cidade de Niterói. Esse aumento é explicado por Mauro Rochlin, doutor em economia pela FGV. 

Rochlin detalha que o preço do barril de petróleo e de qualquer outro commoditie (matéria-prima vendida em larga escala) são ajustados pelo mercado internacional e que há influência da guerra entre Rússia e Ucrânia no preço final. 

Com a saída momentânea da Rússia do mercado devido às sanções sofridas, os outros exportadores de petróleo passaram a vendê-lo mais caro, de acordo com a lei da oferta e da procura Mauro Rochlin, Doutor em economia pela UFRJ
  

A justificativa dada pela própria Petrobras endossa a explicação do especialista. A estatal explica que a redução na oferta global do produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata''.

Ciclovias em niterói

A Prefeitura de Niterói, através da Coordenadoria Niterói de Bicicleta, atua através do planejamento cicloviário, ampliação e gestão da infraestrutura cicloviária, e fomento da cultura e ações de educação. O objetivo, de acordo com a Coordenadoria, é chegar aos 120km de infraestrutura cicloviária em Niterói até 2024.

Atualmente, a cidade conta com 60 km de malha cicloviária, contemplando áreas dos seguintes bairros: Centro, São Lourenço, Barreto, Santana, Fonseca, São Domingos, Boa Viagem, Gragoatá, Ingá, Icaraí, São Francisco, Charitas, Cafubá, Badu, Piratininga, Engenho do Mato, Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara.

Ciclovia apresenta trechos mais apagados
Ciclovia apresenta trechos mais apagados |  Foto: Karina Cruz
  

Na Região Oceânica, por exemplo, a meta é alcançar a marca de 60km de ciclovias e ciclorrotas, além de concluir a implantação dos bicicletários e paraciclos. Na Região Norte, a previsão é de implantar ou requalificar 21,5km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas.

Questionamentos

Apesar disso, algumas reclamações são feitas a respeito da qualidade e proteção dessa ciclovia. Na Avenida Central, em Itaipu, por exemplo, a ciclovia não é protegida por 'olhos de gato' e também possui trechos apagados em suas demarcações, reclamação da professora Lúcia Menezes, que passa diariamente pelo local. 

É um perigo. Apesar de estarmos em um ciclovia, nós olhamos para trás o tempo todo, com medo de sermos acertados por um carro Lúcia Menezes, Professora
  

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